quarta-feira, 2 de março de 2016

Péssima Memória Fotográfica

Lá estava eu na farmácia comprando o estoque de preservativo da semana, quando uma criatura se aproxima de mim e fala:

-Ju?

Bom, Juliana é meu nome "artístico" rs, mas já me acostumei tanto com ele que quando escuto um "Ju" ou "Juliana" é impossível não olhar. Em alguns momentos até me dá um branco quando perguntam meu nome, raciocino uns 2 segundos antes de responder (pra analisar a situação que estou rs).
Olhei. E era comigo mesmo.
O sujeito pergunta:
-Lembra de mim?

Eu dou aquele sorriso amarelo (não fazia ideia) e aquele:
-Oi, tudo bem?

Ele falou alguma coisa sobre eu ter atendido ele um tempo atrás. Eu falei mais alguma coisa, e fui pro caixa. Nada contra clientes me cumprimentarem na rua, mas é que a minha memória fotográfica é REALMENTE péssima. Memorizo textos e datas com facilidade. Mas imagens... Sou péssima! Eu preciso ver a pessoa algumas vezes até memorizar o rosto, e isso já me rendeu alguns constrangimentos.

Na casa de massagem tinha entra-e-sai o dia inteiro. Era bem difícil decorar o nome ou a fisionomia de todos. Eu tinha costume de chamar todos por nomes carinhosos, como "gatão", "coração" (hoje em dia costumo chamar de meu anjo ou amore rsrs)... Certo dia atendi um moreno que gostou muito de mim. Atendimento normal, tudo ok.
Alguns dias depois ele volta, e eu abro a porta:
-Oi gatão, tudo bem?

Ele me dá um beijo no rosto, entra, e eu pergunto:
-Você já conhece a casa? - Eu realmente não lembrava que era o mesmo sujeito que eu havia atendido alguns dias antes!
-Você não lembra de mim?
-Annn... Não!
-Então você chama todos de gatão?
-Sim... (Sou sincera!).

Ele fez uma cara muito triste. Coitado. Mas realmente não foi intencional, a culpa é da memória fotográfica!
Fizemos o programa, mas ele não apareceu mais.

Outra vez atendi um cliente na boate numa segunda-feira, e na terça ele voltou. Pensem no conjunto: boate, bebida, luz negra... Tudo fica mais complicado ainda! Cheguei e comecei a puxar assunto:
-Qual seu nome, de onde é, está passeando ou a trabalho - etc.

Ele perguntou:
-Você não é a Juliana?
-Sim, sou... 
-Vou no carro buscar uma coisa e já volto.
Ele nunca mais voltou. Depois uma colega me falou que eu tinha atendido ele na noite anterior, daí eu lembrei - mas já era tarde rsrs!

Hoje em dia, como tenho contato com menos clientes por dia, e a maioria tem foto no Whatsapp, fica mais simples - mas mesmo assim é capaz de esbarrar com alguem na rua e não ter certeza se e a pessoa.

3 comentários:

  1. Imagino que seja algo do tipo professor de cursinho... Que não lembra de todos os alunos... Apenas dos mais marcantes ...

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  2. Morri rindo, coitados Ju.

    Ótimo final de semana, pra ti flor! ♡

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  3. Curto muito seu estilo de contar essas histórias, você escreve muito bem. E memória fotográfica é meu fraco também, imagino que para você deve ser bem complicado.

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