Esse post é continuação desse aqui...
(Continuando...)
Os anos passaram, eu recebi uma boa herança, gastei tudo em 3 meses com drogas e "balada". O que a falta de estrutura e conselhos não faz né? Tinha vários "amigos" ao redor, fazendo festa, cheirando muito, minha "casa" vivia cheia. O dinheiro acabou, e as ditas "amizades" também!
Quando conheci o pai da minha filha, logo quis engravidar. Meu sonho era ter um bebê. Mal pensei se tinha condições pra isso, mas queria um filho, alguém sangue do meu sangue, sabe?
No fim da gravidez resolvi procurar a família da minha mãe, tentar me reaproximar de alguma forma. Falei que estava grávida, e até cheguei a conversar por telefone com minhas tias. Mas a verdade é que eu tinha vergonha de falar que as coisas não estavam bem, que eu não tinha condições financeiras, e que meu "marido" era agressivo, e eu fingia que estava tudo bem para eles. Quando minha filha já tinha alguns meses resolvi falar a verdade, e pedir ajuda. Talvez fosse "cara de pau" minha, mas eu realmente não tinha pra "onde correr", não queria mais ficar com o pai da minha filha, mas não tinha para onde ir. Resolvi pedir para a família, mas a resposta foi negativa. Minha tia falou algo como "ué, você disse que estava tudo bem... seus avós já são velhos e não temos como abrigar você com um bebê".
Tudo bem.
Nunca mais procurei ninguém.
Os anos passaram e até bateu vontade, mas me faltava coragem novamente. Vai que me rejeitassem de novo!
Sabe quando evitamos alguma situação já com medo de sofrer? Pois é!
A verdade é que hoje em dia isso me pesa um pouco. Não pelas minhas tias, pois acho sinceramente que, aos meus 14 anos, elas poderiam ter me acolhido, me dado um pouco mais de carinho, demonstrado preocupação. Sei que não é fácil lidar com adolescente rebelde, e nem as culpo por nada, mas quando a gente realmente ama alguém, ainda mais se tratando de família, movemos o mundo. Não foi nosso caso, infelizmente.
Hoje não tenho o que reclamar, creio que tudo acontece com um propósito. Talvez tudo pudesse ter sido diferente, mas quer saber? Sou feliz. Aprendi a viver com pessoas que realmente me amam e me querem bem, e não faço questão de "títulos" ou aparências.
Mas sinto falta dos meus avós. Me sentiria muito mal se eles partissem sem eu ter ao menos um contato mínimo. Compreendo totalmente o lado deles, já eram idosos e não deve ter sido fácil. Eu sumi, não dei mais notícias. Mas há alguns meses isso me pesa.
Ontem liguei para a minha vó e consegui falar com ela alguns minutos, ela pareceu bastante surpresa quando falei que era eu. Hoje vou ligar para conversar mais um pouco...
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