terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Crime Passional

Há pouco mais de dois anos atrás, conheci uma pessoa que demonstrava gostar muito de mim. Estava sempre por perto, e fazia todas minhas vontades. Eu, que na época andava carente demais me sentia desejada e amada por ele. A carência é um perigo, nos faz enxergar amor onde não existe, e nos deixa feliz com qualquer migalha.
Ele vivia dizendo que era louco por mim, mas eu não imaginava o tamanho dessa loucura.
Fomos morar juntos.
Com o passar dos meses, o ciúme começou me incomodar. Quando não estávamos juntos ele me ligava o tempo todo, comecei a me sentir sufocada, e eu já não me sentia a vontade para conversar com meus amigos e conhecidos na presença dele.
Resolvi terminar. Ele entrou em desespero, começou a chorar, implorar, quebrou um espelho e se cortou todo. Senti pena - e esse é o pior sentimento que podemos ter por alguém - passei a madrugada cuidando dos cortes que ele mesmo fez, e mudei de idéia. Sentamos, conversamos e ele prometeu mudar.
Mas não mudou. O ciúme continuava me incomodando, eu não podia conversar direito com ele sobre as coisas que eu pensava pois tudo o irritava e o "machucava".
Segunda tentativa de terminar, e ele tentou se enforcar. Até hoje penso que eu deveria ter deixado, mas mais uma vez senti pena e voltei atrás.
Alguns meses de sossego, e percebi que realmente não ia dar certo. Ele começou a mostrar sinais de agressividade, agora comigo. Volta e meia me empurrava ou apertava meus braços, que viviam roxos. E eu sempre inventado desculpas para justificar para quem perguntava. Perdoando, cedendo ao desespero e amor que ele demonstrava depois das agressões.
Psicopatas que agridem mulheres muitas vezes fazem as vítimas se sentirem culpadas pelo comportamento deles, e eu muitas vezes cheguei a me perguntar se não estava sendo uma boa mulher pra ele.

Nossa vida seguia "normal". Fazíamos tudo juntos, ninguém saía sozinho, ele me levava e me buscava no serviço. Mas eu realmente já não estava a vontade na relação, e um misto de medo e pena não me deixavam dar um passo a frente.  Um dia falei que queria me matricular na academia, e ele surtou.
"Como assim? Mulher minha não vai ficar de calça apertada para os outros marmanjos ficarem olhando!"

Engoli seco. Não aguentava mais. Quer dizer que eu não poderia fazer as coisas que tenho vontade, por causa do ciúme dele?
Comecei a arrumar minhas coisas - mesmo sem saber pra onde ir.
Falei que estava cansada, que queria viver e com ele não dava.
Ele pegou uma vassoura e começou a bater na parede.
"VOCÊ BRINCOU COM MEUS SENTIMENTOS!"


Veio pra cima de mim. Me batia, chutava, dava socos. Foi tão de repente que não tive reação.

Foram horas de desespero. Naquela noite, pensei realmente que ele iria me matar. Cada vez que eu tentava levantar, levava mais um golpe. Ele pegou um facão, e ficava parado na porta impedindo minha saída. Duas vezes consegui correr para o meio da rua e ele me arrastava novamente. Gritei, chorei, pedi socorro, e ninguém foi capaz de ajudar. Nenhum vizinho! Ninguém, nem mesmo para acionar a Polícia!
Parecia que aquele pesadelo não iria acabar. Eu me arrependia amargamente das vezes que o perdoei. Pensava na minha filha, e achei que não a veria mais.
Me encolhi em um canto da cama, e mesmo assim não foi suficiente para acalmar a fúria dele. Me xingava de tudo, jogava coisas em mim, objetos, facas e garfos. Em dois momentos desmaiei, e acordei com ele jogando água gelada e me agredindo mais ainda.
Não lembro de todas as cenas. Alguns flashes. Acordava, apagava novamente, ele parecia se acalmar e em seguida a fúria voltava.
Senti cheiro de queimado. Ele colocou fogo em quase todas as minhas coisas, fiquei apenas com algumas peças de roupa e algumas poucas coisas que se salvaram. Ele era tão estúpido, tão cruel, tão monstro, que dizia que iria se matar com remédios como minha mãe fez. Nessa hora eu torcia para que ele fizesse isso mesmo.

De manhã, ele resolveu sair. Dizia que se eu falasse algo, iria me queimar e colocar um cadeado na minha boca.
Fiquei sem saber o que fazer. Machucada, sangrando , em choque.

Mesmo depois que tudo passou, ele ainda me incomodava. Me mudei 2 vezes, pois ele me achava e ia fazer escândalo na minha porta de madrugada. Até que fiz uma medida protetiva, comecei a trabalhar na casa de massagem e me mudei pra lá. Ele acabou mudando de cidade, foi preso por outros motivos (mas soube que já está solto novamente). Nunca mais o vi... Mas hoje, se o encontrasse, não baixaria minha cabeça. Ele se tornou tão insignificante, que raramente aparece nos meus pesadelos (antes era frequente).

Muitos podem dizer que tive culpa, que deixei chegar nesse ponto. Mas só quem vive uma relação abusiva sabe o tormento que é, e como é difícil se livrar. E quando não se tem pra onde correr, como era minha situação, se torna ainda mais difícil.
Posso dizer que demorei pra me recuperar de tudo. Mas dei a volta por cima.
Resolvi expor essa história aqui pois sei que assim como eu, muitas mulheres passam ou já passaram por situações assim, ou parecidas. E deixo aqui meu alerta: não façam como eu, que paguei para ver, que não acreditei que a pessoa que tanto dizia me amar iria ser capaz de quase me matar.
O que começa com um tapa, empurrão ou puxão de cabelo pode se tornar uma grande tragédia.
O amor não é feito de palavras e sim de atitudes.
Quem ama não machuca, não ameaça, não bate.
Simples assim!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Parte Chata

Pra quem pensa que a prostituição é um mar de rosas, não é não. Como toda profissao, tem partes boas e ruins, e acho que quem lê meu blog já percebeu isso, rs. Mas confesso que considero-a um ÓTIMO exercício para paciência.

Eu procuro tratar todos meus clientes bem, não posso deixar que os bons paguem pelos maus. Como já falei por aqui, ultimamente não tenho do que me queixar porque todos sem sido bem agradáveis.

Mas antes do programa em si, tem aquele primeiro contato inicial. E nesse momento, algumas coisas irritam.

Começando pelo fato de que algumas pessoas acham que temos que estar disponíveis o tempo todo, a qualquer hora do dia, noite, madrugada. Existem meninas que atendem 24h por dia, mas obviamente tem que marcar hora né? Afinal em algum momento do dia ela precisa parar um pouco.
Esses dias acordei e tinha algumas mensagens no meu Whatsapp, até aí tudo normal. Alguns pedindo informação, outros dando oi, tudo normal também, acordo e vou respondendo e fazendo minha agenda do dia. Até que vejo uma criatura que deu uns 5 oi seguidos umas 4:30 da madrugada, e após não obter resposta disse "pra que colocar anúncio se não atende ou responde mensagem, puta de merda".
Posso com isso? Dei graças a Deus por não ter atendido ele, imaginem o tipo de ser humano que é!

Pior aqueles que nem querem saber sobre o programa. Querem fotos e mais fotos (isso porque tenho mais de 40 no meu outro blog), pedem fotos e videos "exclusivos", querem falar putaria. Assim, de graça.
Genteee! Se eu quisesse ficar pelada pros outros e falar putaria de graça, eu não seria garota de programa né. Ou será que alguém aqui trabalha de graça? Não paga, não ganha... Hellooo!

Não posso esquecer das perguntas desnecessárias, que são incontáveis.
Mas lá vão algumas:
-O que acha de sair pra bater um papo, tomar alguma coisas, sem compromisso... (Ou qualquer convite parecido. Detalhe: estou falando de primeiro contato. Pessoas que nunca me viram na vida, que não são meu clientes. Tem gente que pega o telefone de GPs pra ficar fazendo esses convites e tentar comer de graça).

-Você faz gostoso né? 
-Você é bonita mesmo?
-Sua pepeca é apertadinha?
(Bom, sei que existe insegurança por parte do cliente, pois não sabem o que os espera - assim como nós GPs também não sabemos. Mas será que acham que alguém vai responder NÃO para alguma dessas perguntas?).

Whatsapp e telefone de GP é pra ter maiores informações! Trocar algumas palavras não faz mal a ninguém. Mas se você já viu as fotos, já sabe o cachê, o local, forma de atendimento... Pare de imaginar e vá ao encontro ser feliz!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Nova Fase

Na última semana tomei a decisão mais importante da minha jornada como GP.

Até então sempre trabalhei para alguém, ou seja, sempre tinha alguém lucrando com os meus programas, além de mim mesma. Começando com a casa de massagem, onde além do valor ser baixíssimo, a dona da casa ficava com 50% de cada programa. Em seguida fui para as boates. Lá os valores eram melhores e o dinheiro do programa era meu (algumas casas ficam com uma porcentagem, em média 10% - e lucram com o aluguel dos quartos). Em boate eu ganhava também com comissão de bebidas... Mas pra isso eu precisava beber (ou fingir) e perder incontáveis noites de sono, e com o decorrer do tempo isso acaba com a gente (minha imunidade baixou horrores no tempo que eu trabalhei na noite, ficava gripada com mais frequência do que o normal). Decidi fazer um anúncio e atender somente em motéis... Mas a maioria dos clientes perguntava se eu tinha local para atendimento (talvez pra não serem vistos entrando em motel, ou pra economizar mesmo rsrs). Então conheci uma pessoa que tinha um apartamento, e usava somente para isso: cedia quarto e as coisas necessárias para a menina atender, levava e buscava em motéis, e no fim do dia as contas: 50% para a pessoa, 50% para a menina. (No meu caso, o acordo era 40%, mas enfim).
Não parece uma conta muito justa né?

Por isso assim que pude, arranjei um local para atender "sozinha". Sem ser cafetinada/agenciada por ninguém. Corri atrás das coisas que preciava e vida nova. Na verdade a mesma vida, só que agora dona do meu nariz (e do meu corpo e meu dinheiro).

Me vejo cada vez mais perto dos meus objetivos, e isso é muito bom.

Desejem-me sorte!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Quando não flui

Eu não sei por qual motivo, mas alguns atendimentos simplesmente não fluem. Sabe quando você está morrendo de vontade de transar com alguém, imagina a delícia que vai ser, e quando acontece... É uma merda? Então! É assim que me sinto quando iso acontece.

Afinal o cliente espera ter um momento de prazer maravilhoso, e deve ficar decepcionado quando não rola do jeito que imaginava. Mas é impossível agradar a gregos e troianos. Ainda mais se tratando de sexo, que é uma coisa tão particular.
Sem falar que tem todo aquele lance de simpatia, energia, personalidade... Tem pessoas que o santo não bate. Por algum motivo, não vai com a cara, sei lá. Imagine ter que transar com a pessoa! Como vou virar para um cliente e dizer "moço, desculpa mas não fui com sua cara"? Até porque às vezes posso estar julgando mal. Já aconteceu de não simpatizar no início, e acabar sendo um atendimento legal. Vai entender!
E quando a pessoa é arrogante mesmo? É complicado, viu! Esses dias um cliente falava de uma forma tão pejorativa sobre seus funcionários, se achando tão superior diante deles, que me deu vontade de mandar tomar no c* e falar que de nada adianta ter dinheiro com uma alma tão pobre e mesquinha. Mas, como minha missão não era dar lição de moral nele, respirei fundo e continuei o atendimento. 

A última vez que aconteceu um atendimento desses que não fluem, foi com um cliente que veio até o meu local. Bonitão, até simpático. Mas por algum motivo não consegui "quebrar o gelo". A transa foi meio automática, sem sal nem açúcar. Tanto que até ele percebeu e falou que eu estava tensa. Por mais que eu me esforçasse, eu simplesmente não conseguia relaxar. Depois da transa trocamos algumas palavras, e nem comentamos sobre como foi ruim. Sorrisos amarelos, e tchau tchau.

Lembro de uma vez com um senhor, na famosa "casa de massagem". Ele tinha (acho que) uns 70 anos - e não tem nada a ver com a idade. Sempre me escolhia. Pedia meia hora, e quando o tempo acabava pedia mais meia hora... E assim ficava até 4, 5 horas no quarto! Claro que não ficava transando o tempo todo, mas ficava se esfregando de uma forma que foi me enojando com o passar do tempo. Chegou a um ponto em que eu não conseguia disfarçar, parecia que meu corpo queria fugir. Sinceramente não sei porque aquele homem continuava me escolhendo, pois o negocio não rolava mesmo! Atender ele se tornou uma tortura, eu ficava torcendo pro tempo passar rápido, parecíamos gato e rato, ele vinha me tocar e eu me esquivava, era quase uma reação do meu corpo que eu não conseguia controlar. E o pior (ou melhor) é que ele era querido, me tratava bem. O sexo é que não rolava MESMO. Um dia falei que não iria atendê-lo mais, pois não estava rolando clima nenhum entre nós. Foi chato, mas foi melhor assim.

Ainda bem que essas coisas não acontecem com muita frequência, e a maioria dos atendimentos tem sido tranqüilo. Que assim permaneça! 

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Sobre o Preconceito

Acho engraçado (ou triste) como em pleno 2015 algumas pessoas ainda generalizam a profissão. Acham que toda garota de programa é fútil, torra dinheiro com besteiras, bebe em excesso, usa drogas. Ou ainda que não tem vida pessoal, alguém que as ame, e que vão morrer na solidão. Digo isso porque li alguém no Facebook me dizendo praticamente essas coisas. Inclusive que eu deveria escolher entre escrever e fazer programa.

Como assim? Garota de programa não pode ter um hobby, fazer "coisas normais", ter uma vida "pacata" (se é que isso é possível nos dias de hoje)?

Nunca vi necessidade de expor minha vida pessoal, até porque não vem ao caso. O foco do meu blog é dividir experiências, e o foco da "Juliana Ramos" é sim fazer programa - afinal, foi pra isso que a "Juliana" nasceu. O que faço com o dinheiro, ou a forma como vivo minha vida são outros 500.

Ás vezes o preconceito/pré-julgamento me incomoda um pouco. Esses dias um cliente me perguntou se eu mesma escrevo meus textos, ou se conto as histórias para alguém redigir pra mim, pois "escrevo muito bem para uma garota de programa" (assim, com essas palavras).
Entendo que talvez ele quis dizer que seja um "desperdício de talento". Mas quem sabe os motivos que me levaram a ser GP, ou que levaram qualquer garota a entrar nessa? Ou que a garota não está usando o dinheiro para estudar, investir, cuidar da família, enfim?
Quantas meninas já conheci que usam o dinheiro para pagar faculdade! Sabe-se lá quantas médicas, advogadas, dentistas, e outra mais, se prostituiriam antes de se formar?

Muita gente acha que toda GP vive de badalação. Ficam de boca aberta se comento que estou em casa fazendo a janta, por exemplo. Talvez esperassem que eu comesse fora todo dia, tivesse cozinheira, ou quem sabe nem jantasse para me entupir de drogas em alguma balada. Tenho uma vida normal. A única diferença é que no meu horário de trabalho, faço sexo.

Tem ainda aqueles que acham que uma GP não é "digna de ser amada". A maior prova de amor que recebi até hoje foi alguém me dizer "vou esperar essa sua fase acabar, vou estar ao seu lado sempre" - e mais do que falar, me provar isso todos os dias. Entender o lado da outra pessoa, sem ficar impondo regras, é amor. E se tratando de amor: considero justa todas as formas dele. 

Sei que o preconceito vai continuar. Que milhares de pessoas sempre vão ter algo contra a falar. Mas que saber? Ninguém viveu minha vida, ninguém sentiu minhas dores, e o mais importante: ninguém veio na minha porta pagar minhas contas ou me dar dinheiro para resolver "meus pepinos".
Tinha outras formas de ganhar dinheiro? Sim, com certeza. Mas eu fiz uma escolha.
Eu tinha duas opções: esperar as coisas acontecerem lentamente, ou adiantar financeiramente tudo o que fosse possível, de uma forma mais rápida do que o "comum", para meu bem-estar e da pessoa que mais amo: minha filha.
Eu optei pela segunda opção, desculpa aí sociedade!

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Tarado do Ônibus

Voltando aos "causos da noite" (ou da manhã, tarde, madrugada).
Novamente na casa de massagem. Realmente, lá era o local campeão de "fetiches" e pedidos diferentes. Continuo achando que é porque o preço era mais em conta, e a rotatividade maior... Então, volta e meia acontecia alguma coisa que saía do comum.

O cliente era um senhor, devia ter seus 60 anos ou um pouquinho mais. Sempre "ia" com uma amiga minha, a Japa. Depois que ela foi embora da casa, começou a "ir" comigo. Era muito bom atender ele, simplesmente porque não precisava fazer NADA além de ficar parada, em pé, com as mãos para cima como se estivesse segurando o "ferrinho" do ônibus.
Já deu pra imaginar o que ele gostava? Sim... Se "esfregar", como se estivesse dentro de um ônibus.

O mais legal de toda encenação que ele fazia, é que entrava no quarto e dava boa noite para um motorista imaginário, fingia que pagava a passagem, para só então começar a se esfregar em mim. Não precisava tirar a roupa (afinal, ninguém anda de ônibus pelado), ele vinha por trás e ficava "roçando" de um lado pro outro, imitando o movimento do ônibus.
Gozava assim mesmo, nas calças. E ia embora.

Fico imaginando a vontade que esse homem passava cada vez que pegava um ônibus. Mas pensem bem: melhor matar a vontade com uma GP, do que fazer de verdade né?

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Puta só, ladrão só

A primeira cafetina pra quem eu trabalhei, sempre falava isso. Ela queria dizer que não existe amizade sincera nesse meio.
Tenho minhas dúvidas, pois conheci muita gente legal. Talvez não sejam "amigos eternos", mas são pessoas que aprendi a admirar.

Lá na primeira casa de massagem (onde tudo começou), entre indas e vindas de meninas, formamos uma equipe de 5 garotas. Éramos eu, a Bárbara, Isadora, Priscila e Suzi (nomes de guerra). Cada uma com uma história diferente, objetivos, defeitos e qualidades. Passamos tantas madrugadas juntas que já sabíamos praticamente tudo uma da outra - pensávamos até em fazer um seriado rsrs.
Apesar do ambiente (era muito punk trabalhar lá), a gente dava boas risadas. Sempre acompanhadas de uma boa e generosa dose de qualquer coisa que tivesse álcool (nessa época eu estava bebendo demais).
Todas iam para a casa no fim do expediente, eu era a única que morava na zona. Mas todas as sextas as meninas dormiam lá e a gente acordava na hora do almoço para fazer compras e tomar cerveja. Depois do almoço, era pegar no batente novamente, as vezes até as 6h/7h de domingo.
Cada uma seguiu seu caminho. Casaram, mudaram de emprego, algumas continuam trabalhando como GP. Mesmo sem nos ver com frequência, o carinho permanece. Nem que seja num "bom dia meninas" e conversas no nosso grupo do Whatsapp.

E assim é essa vida. Pessoas vem, e vão. A prostituição é  uma fase (pelo menos para mim), e eu tento aprender um pouco com cada pessoa que cruza meu caminho. É tanta gente, todo dia, que às vezes tudo se torna automático: clientes atrás de prazer, meninas atrás de dinheiro - meio que "cada um por si, Deus por todos". Mas em meio a tudo isso sempre surgem algumas pessoas que se destacam ou deixam lembranças boas.

Há uns 2 meses atrás conheci um cliente que foi muito legal pra mim. Nada de paixonite ou algo parecido, mas rolou uma amizade legal, sem sair do profissional - se é que me entendem. Do tipo de cliente que paga bem, respeita a acompanhante, e até leva pra jantar (tipo raro). Sexta-feira eu soube que nossas negociações acabaram, pois ele voltou com a mulher. Fiquei feliz por ele, e desejo sorte. Tem coisas que o dinheiro não compra, e saber que em algum momento deixamos algo de bom na vida de alguém é uma delas.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Como Ser Uma GP?

De vez em quando recebo e-mails ou comentários pedindo dicas sobre como iniciar na vida. Bom, é sabido que segundo o Código Penal facilitar, induzir ou atrair alguém para a prostituição é crime, e essa jamais é ou será minha intenção.
É uma decisão que deve ser tomada sozinha (afinal, o corpo é seu) e tendo consciência das dificuldades, vantagens e desvantagens. A mulher que decide ser puta só porque leu algo a respeito, é porque tem a mente muito fraca, se influencia facilmente.
Não vou ser hipócrita em dizer que quando comecei, primeiramente fucei muito na internet. Já estava praticamente decidida, apenas não sabia por onde começar. E as informações eram muito escassas, nada que me explicasse algo ou me desse uma "luz". Fui atrás na cara e na coragem. Essa é uma profissão que se você não tem alguém pra te instruir (uma conhecida que já esteja nessa - o que não era meu caso, pois não tinha ninguém), tem que aprender na prática mesmo.

Bom, apesar do título do Post, eu não vou ensinar aqui como ser uma garota de programa. Mas vou deixar algumas dicas para aquelas que já estão decididas, e já estão começando ou começaram.

  • Tenha certeza que é isso que você quer. Pense nas consequências, se tem risco de alguém descobrir, se pode trabalhar tranquila, e se vai conseguir lidar com toda carga emocional, e física da profissão (nem tudo são flores).
  • Procure um lugar agradável pra trabalhar. Seja prive, casa de massagem, boate, sozinha, em motéis, hotéis, local próprio, enfim. Não se enfie em qualquer muquifo! E não se esqueça: a cara do ambiente, será a cara dos clientes.
  • Cuidado com as cafetinas/cafetões. Por mais que precise trabalhar, não aceite ser explorada. Quando comecei, trabalhei em uma casa de massagem onde além de receber pouco por programa (falta de experiência), não recebia um tratamento digno vindo da dona. (Assunto para outro post).
  • Você não é obrigada a fazer TUDO que o cliente pede. Imponha seus limites (por exemplo: se faz anal ou não, se faz oral com ou sem camisinha, enfim), paga quem quer. (Assim, curta e grossa).
  • Também não é obrigada a atender TODOS os clientes que surgem. Já falei aqui que não escolho cliente por aparência, mas também não precisa atender clientes sujos, drogados ou bêbados.
  • De qualquer forma, não esqueça que você é uma profissional. Seja agradável com seus clientes caso deseje que eles retornem. Um bom atendimento vai além do sexo, e faz toda a diferença. Lembre-se que um cliente que sempre volta, é um dinheiro garantido.
  • Ser puta não é nenhum bicho de 7 cabeças. Mas também não é das profissões mais simples do mundo. Não esqueça dos riscos em relação a segurança. Se for trabalhar agenciada ou em boate, procure lugares que ofereçam segurança e higiene para as garotas. Se trabalhar por conta própria, marque encontros diretamente no motel ou em lugares públicos. É sempre bom ter alguém de confiança que saiba o que você faz, para você sempre avisar onde estará, que horas vai e que horas volta. Deixe isso claro para o cliente também. (Até hoje nunca tive problemas sérios, mas o risco existe e é bom estar prevenida).
  • Camisinha sempre! - Sinceramente, acho que esse detalhe nem precisava ser dito né? Mas vale lembrar, porque inclusive tem clientes que oferecem dinheiro a mais para transar sem (SEM CHANCE!).
  • Guarde dinheiro. Essa é uma profissão que não dá retorno financeiro para sempre. Não esqueça do seu futuro!

Bom, sei que são dicas até "bobas", mas creio que talvez ajudem alguém. Nos meus primeiros dias fiquei mais perdida que cego em tiroteio. Mal sabia como agir, como me impor diante dos clientes. Agradeço até hoje a uma amiga, Japa, que certa noite ficou até as 6h da manhã conversando comigo e me explicando mil coisas. Me tornei outra Juliana depois daquela conversa, mais confiante e assim ninguém mais me tirou pra boba.

Ser GP está longe de ser vida fácil, e tem que ser muito guerreira e decidida pra ir adiante. Não é uma vida que indicaria para ninguém, mas como cada cabeça tem sua sentença, desejo sorte a todas!

sábado, 7 de novembro de 2015

Fetiches Estranhos

No último post relembrei o caso do possível necrófilo. Realmente ele era estranho, mas não foi o único atendimento esquisito.
As pessoas tem mais fetiches estranhos do que se imagina, e depois que comecei a trabalhar assim pude ter certeza disso.
Imagino que alguns não tem liberdade (ou coragem) pra fazer algumas coisas em casa, e acabam procurando uma profissional para matar as vontades mais íntimas (e diferentes).

Chuva dourada é fichinha. Volta e meia alguém pede. Pra mim é tranquilo, bebo umas 2 cervejas e já to pronta, rsrs.
Chuva de bronze (leia-se  chuva de cocô) eu nunca fiz. Mas já pediram algumas vezes (não muitas, mas pediram). Esses tempos descobri que existe até chuva de morango, pelo nome imagina-se o que é né? Sim, minha gente, menstruação! O cliente pediu para eu avisá-lo quando estivesse naqueles dias. Mas não rolou não...

Fuckface (resumindo: um oral caprichadão, do tipo fudendo com a boca mesmo) também já é comum pedirem, mas a maioria quer uma coisa bem... Profunda! A ponto de vomitar e tal. Ainda não tive estômago pra isso.

Esses são os fetiches mais "hards", sujos (no sentido de sujeira mesmo), sei lá como quiserem chamar. Poderia ficar horas citando tantas coisas diferentes que já me pediram. Podolatria, inversão e submissão já fazem parte do rotina - nem considero mais "diferente".

Um dos casos diferentes foi o "cara do chinelo". Não aconteceu comigo, mas com uma colega na casa de massagem (onde aconteciam os casos mais estranhos, rs).
O cara ligou perguntando se alguma das meninas tinha chinelo. A resposta foi positiva, pois não ficávamos de salto o dia inteiro (só quando tinha cliente).

Uns 40 minutos depois, a campainha da toca:
-Oi, liguei agora a pouco perguntando se alguma menina tinha chinelo. Quero ser pisado.
Como todas tinham, ele fez a escolha: Raquel.

Depois de uns 10 minutos que eles estavam no quarto, ela saiu pedindo nossos chinelos emprestados.
Resumo da história: o cliente deitou-se no chão, pediu pra ela ficar pisando nele (de chinelo, óbvio) e enquanto isso lambia os outros chinelos das outras meninas. Diz ela que ele lambia com tanta vontade, que gozou assim mesmo. Sendo pisado e lambendo chinelos.

Éca!

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Mortos Não Falam

Não é por ser Finados, mas hoje lembrei de um cliente que sempre "ia comigo" na época da casa de massagem. Lá era onde aconteciam os casos mais estranhos.
Sempre que entrávamos no quarto ele colocava o ar-condicionado no mínimo.
-Gosto assim. - Ele dizia.

Pedia para eu me deitar de barriga pra cima e ficar quieta, sem falar e sem me me mexer. Ele vinha e "fazia o serviço". Em 15 minutos estava pronto pra ir embora.
Considerava até um atendimento fácil. Era só ficar deitada, calada.

Certo dia, após uma das vindas dele, a cafetina da casa (que iniciou a carreira sendo puta também), me falou:

-Esse cara gosta que finja de morta né?

Hoje, escrevendo assim, parece óbvio. Mas juro que eu nem havia me tocado disso. Até então eu achava que ele era apenas o cara que gostava que eu ficasse parada.

Ela continuou:
-Ele trabalha no necrotério, cemitério, sei lá. 

E aí até a temperatura fria do quarto fez sentido pra mim (dããã).
Eu não consegui mais olhar o cliente com os "mesmos olhos". Por mais que ele fosse calmo e tranquilo, sempre ficava imaginando se ele transava com os corpos, ou sentia vontade mas matava a tara na zona.
Fiquei torcendo pela segunda opção, mas a idéia me parecia (e ainda parece) tão macabra que eu decidi não atendê-lo mais e sempre me escondia quando ele aparecia por lá.

Tem umas fantasias que não dá pra encarar...

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Escolhendo Clientes

Recebi essa pergunta de um visitante aqui do blog, e achei que renderia um bom post. 

Olá. Vou lançar uma pergunta por aqui. E quando o cliente é gordo e feio, vc olha e diz: Meu Deus! Como é pra vc aceitar esse cara? E como as outras Gps encaram isso? Rola preconceito? Às vezes quando vejo um anuncio que diz somente para homens de alto nível, eu já penso que é isso, só pra caras sarados e ricos. Eu pergunto porque eu sou assim, gordo e feio, mas eu me aceito assim e me amo , mas sempre penso que a GP não ta gostando.

Vamos lá...
Quando comecei a trabalhar, eu não tinha conhecimento nenhum no assunto. Caí de gaiato no navio, sem ninguém pra me explicar direito como funcionava essa vida. Precisava de dinheiro e fui atrás de uma casa de massagem. A única instrução que tive da dona da casa é que deveria transar com todos os clientes que me escolhessem. Em casas de massagens o valor costuma ser baixo (mais uma vez a inexperiência!), então imaginem o tipo de tranqueira que me aparecia!
Não estou falando de aparência, peso, nem nada disso. Mas sim de clientes extremamente alterados, bêbados/drogados (vou falar mais sobre isso em outro post), que achavam que estavam pagando R$70 e podiam fazer o que quisessem. Quando o valor é baixo, não existe uma seleção de clientes. Qualquer um vem! Sujos, maltrapilhos, e mal educados, enfim. Era extremamente estressante!


Quando saí dessa casa, já tinha mais consciência de que não preciso me sujeitar a todo tipo de cliente.
Hoje em dia, esse é meu único "FILTRO". Não atendo clientes que estão "além da conta" quando se trata de álcool e drogas, e se o cliente falta com educação ou com higiene. Tem alguns casos que o "santo não bate", que o cliente já é meio grosseiro pelo telefone, e eu prefiro não atender, mas é muito raro acontecer.
Mas se tratando de aparência, nunca filtrei. Tive e tenho clientes que estão acima do peso, e é normal.
Confesso que atender alguém que está muuuito acima do peso não é das tarefas mais simples. Não dá pra fazer TODAS as posições, mas dá pra se divertir também! Só tem que cuidar bem da higiene, amores! Pois os gordinhos tem algumas dobras na coxa, e na virilha, que se acumulam suor deixam um cheiro muito forte quando vamos fazer oral. Mas nada que um bom banho não resolva (aliás, o banho é de praxe, gordinhos e magrinhos devem tomar antes da relação rs). Passar talco nas dobrinhas também ajuda, até para não assar. 

Quanto ao preconceito de outras garotas, seria hipocrisia minha dizer que não existe. Já vi meninas que simplesmente não atendem alguns clientes. Escolhem por peso, aparência, cor  (em pleno 2015, pasmem!). Muitas ficam sem fazer nenhum programa, esperando um bonitão chegar. Eu, sou da opinião que falei: me tratando bem (e pagando também), que mal tem? Rsrs. Gordos ou magros, serão tratados do mesmo jeito. Até porque estou prestando um serviço, e não escolhendo marido. 

Certa vez numa boate em que eu trabalhava, chegou um cliente bem gordinho e deficiente visual. Ele "tateava" as meninas para escolher alguma. Algumas nem se apresentavam pra ele, parece que tinham "medo". Eu fui... E ele me escolheu. Claro que no começo eu não sabia como agir direito, fui sincera com ele e perguntei como deveria fazer, e o programa fluiu de uma maneira super tranquila! Foi um querido e me tratou muito bem. Sem falar que rimos muito com ele me "tateando" e tentando adivinhar a cor que eu era, meu cabelo, essas coisas. Toda experiência que me acrescenta alguma coisa, mesmo que seja histórias pra contar, é válida!

Em outra ocasião atendi um cadeirante. Foi outra experiência muito diferente, pois precisei pedir ajuda para colocá-lo na cama, e ele usava FRALDAS, pois havia sofrido um acidente e perdido os movimentos da cintura para baixo. Estava em tratamento para ver se conseguia ter ereção novamente, e me visitou algumas vezes; Apesar do momento delicado que ele estava passando, e de não termos conseguido transar nenhuma vez, a gente dava boa risadas juntos.

Idosos então... O primeiro cliente que atendi no Bokarra (uma boate conhecida aqui em Floripa) tinha 85 anos haha! Nessas situações as vezes fico um pouco constrangida, não sei explicar o motivo. Talvez pareça que estou transando com meu vô, ou algum amigo dele. Mas aí lembro que nesse momento sou a Juliana rs, e deixo acontecer.

Hello gente! Todo mundo precisa fazer sexo de vez em quando! E estou aqui pra isso ué! Afinal ser puta é minha profissão, e não meu hobby. Trabalho é trabalho!!

Resumindo: não escolho cliente por aparência. Sendo educado, limpinho, e pagando meu cachê, estamos aí pro que der e vier. Afinal, como sempre falo... Tenho objetivos, e quando mais rápido alcançá-los melhor pra mim!

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Sociedade Secreta

Quase todas as garotas de programa levam uma vida dupla. Imagino que (quase) ninguém vai abrir uma conta no banco, por exemplo, e falar que sua profissão é GP.
Eu mesma sempre invento alguma coisa, como "cuidadora de idosos". Não tem necessidade de falar a verdade em todos os casos né?
Vivemos em uma sociedade tão preconceituosa que só de falar que é GP as pessoas já olham de uma forma como se fosse uma mulher promíscua, que sai dando pra todo mundo na rua ou que não quer nada com a vida.

Mas, em meu círculo pessoal (que devo confessar, é muito restrito) gosto de ser transparente.
Quando "emputeci" (rs), ficava com um cara e inventei pra ele que ia trabalhar com eventos. Nos víamos só final de semana, e eu simplesmente não tinha assunto. Afinal, tinha passado a semana toda na zona e quando estava com ele não podia conversar sobre as coisas que tinham acontecido comigo. Ainda mais no início, que tudo é novidade e passei por algumas "crises de existência".
Sem falar que vivia preocupada escondendo os possíveis vestígios da minha existência como Juliana.
Acabei terminando, não dava pra levar a situação adiante e naquele caso não valia a pena todo o stress de falar a verdade.
Depois disso decidi jogar limpo com as pessoas que achei necessário, e com as quais tenho mais convivência.
Eu não conseguiria ter intimidade com alguém e sustentar uma mentira durante muito tempo. Viver assim todos os dias deve ser sufocante demais.

Vi muitas meninas passando nervoso com medo de serem pegas no flagra. Algumas inclusive foram descobertas. Outras viviam sem levantar a mínima suspeita.
Trabalhei com uma que há 8 anos dizia ser manicure, e trabalhava durante o dia em casas de massagem. Antes de ir embora sujava as mãos de esmalte, e tchau!
Outra falava que era faxineira e as vezes até pingava água sanitária na roupa que ia vestir pra voltar pra casa. Vi meninas que fingiam várias profissões, compravam uniformes, crachás falsos, e a lista de histórias é imensa.
Fico imaginando como deve ser difícil viver preocupada com medo de ser descoberta. Pior ainda é chegar em casa e não poder desabafar, ou contar como foi seu dia.
Conheci uma que não podia nem gastar o dinheiro que ganhava, e nem investir em nada pois não tinha como explicar para o marido a origem daquilo tudo de repente.

Como sempre falo: cada um, cada um. Com certeza existem motivos para decidir ter uma vida dupla. Muitas não querem abalar a família, constranger os pais, enfim. Cada um sabe da sua criação e dos seus motivos, e são bravas guerreiras pelo fato de colocarem a "cara a tapa". Eu, particularmente aplico o velho ditado: se quiser gostar de mim, goste. Não quiser, paciência. Não posso abrir mão das coisas que eu quero por causa de outras pessoas. Até porque ninguém nunca veio trazer nada na minha porta, e nem pagar minhas contas. Se quero alguma coisa preciso correr atrás, e quando entrei nessa foi por escolha própria. Mas, enfim, cada caso é um caso.

Depois que entrei nesse mundo descobri que somos quase uma sociedade secreta, rsrsrs!

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

TUM TUM, Bate coração!

Muitas vezes lidamos com clientes que são carentes, e as vezes por tratarmos bem, acabam se apegando mais do que deveriam. Sempre falo "pega, mas não se apega". Mas certas vezes pelo tratamento, carinho, e sexo é claro, acabam confundindo as coisas.
A primeira vez que tive um cliente "no meu pé" foi um baixinho que eu atendi na casa de massagem. Ele já era rodado nas zonas (tem clientes que acabam ficando conhecidos, de tanto que frequentam) e sempre se apaixonava por alguém.
Atendi ele algumas vezes, e certa vez ele disse:

-Gata! Tenho uma casa que é a sua cara! Na praia, super tranquilo. Vamos lá passar um fim de semana? Mas assim, cada um leva seu dinheiro...
-Claro, qualquer dia a gente vai.

Sabe quando falamos algo sem pretensão alguma? Quando a gente responde, só por responder? Afinal, como eu ia falar pro moço "não, nunca irei"? Hoje em dia, sou mais direta e sincera, até para evitar esse tipo de situação. Mas no início, ficava sem jeito de dar um NÃO com medo de perder o cliente.
Esse baixinho começou a ir na casa de massagem TODA sexta-feira. Mas não ia para fazer programa, ia para perguntar:

-E aí gata, vamos amanhã?
-Amanhã não dá!

E assim seguiram semanas, até que um dia precisei ser direta e falar que estava fora de cogitação passar fim de semana com ele, que tenho minha vida pessoal, que não ia rolar, etc etc...
Ele virou pra mim e disse:

-Nossa como você está fria hoje. Sei que está dizendo não porque deve estar com algum problema!

As pessoas se iludem sozinhas. Ele continuou indo mais algumas semanas, dessa vez para fazer programa mas sempre insistindo no assunto, até que decidi não atendê-lo mais pois estava ficando chato demais.

Outra vez, já quando trabalhava em boate, conheci um senhor que era conhecido na zona também. Gastava "muitos" mil reais pagando doses, levando várias meninas pro quarto, pagando show. Enfim, gastava mesmo! Não sei o motivo, mas eu acabei virando "a preferida" dele. Me dava "caixinha", pagava as melhores bebidas, dava um cachê melhor no meu show. Nunca fomos além do programa, nunca saímos "por fora" e nunca jurei amor... Até que um dia ele virou pra mim e perguntou:

-Juliana, até quando vamos ficar nessa situação?
-Que situação?
-O dinheiro que gasto aqui nesse lugar, posso dar todo pra você. 

E continuou falando, até que tocou no assunto de casamento. Até então, eu o considerava apenas um ótimo cliente, nada além disso. Dei uma gargalhada, achando que ele estava brincando.
Mas que nada! O homem falava sério mesmo, e ficou extremamente chateado. Foi uma situação bem chata, mas realmente eu jamais conseguiria casar, manter uma vida ao lado de alguém, pelo dinheiro e sem amor.
Essas histórias de clientes que se apaixonam pelas acompanhantes são mais comuns do que se imagina. Já vi inclusive clientes que "contratam" amantes fixas para dar mesada, bom emprego, casa, etc, ou seja, as pessoas realmente pagam pra se iludir (ou sei lá como chamar isso). Muitas meninas acabam aceitando pelo conforto oferecido. Claro que existem casos em que a menina realmente se apaixona também, que rola química, etc. Somos mulheres normais, e se o cara é gente boa, o que impede de rolar algo sério? Tudo depende da pessoa.
Comigo não rolou mesmo. Está fora da minha linha de pensamento, e do rumo que minha vida está tomando. Digamos que meu coração já está bem preenchido, e isso me basta.

São coisas que acontecem!

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Quando a vida nos dá um limão

Temos a tendência em focar no problema, ao invés de pensar na solução.
Estou passando um momento bem complicado. Tem horas que bate o desespero, medo, insegurança. Há alguns dias um turbilhão entrou na minha vida, e abalou muita coisa. Nada a ver com a "Juliana", mas acabou deixando ela esquecida por alguns dias, pois realmente não consigo atender nenhum cliente quando não estou legal.

Mas, apesar de tudo, é incrível ver que não importa o que aconteça, tudo tem um propósito. Querendo ou não, a vida vai se encaixando aos poucos. Colocando tudo no seu devido lugar.
Em meio a tudo isso, uma amiga me disse aquela frase "se a vida te deu um limão, faça uma limonada". Já ouvi e li isso diversas vezes, mas pela primeira vez fez tanto sentido.
Realmente, limão é azedo e amargo, como a fase que estou passando. Mas limonada é uma coisa boa, refrescante, fresquinha... E é assim que vejo minha vida quando tudo isso passar: renovada. De uma coisa ruim, fazer uma boa.
Decidi aprender com tudo isso. Tirar o máximo de lições possíveis. E rever minha vida, meus passos, meus valores. O que posso mudar? Fazer diferente? Será que estou no caminho certo? Como posso consertar o que está errado? Sempre há uma nova chance para mudar nosso interior, e repensar nossos planos. Mesmo as coisas ruins, podem ser usadas a nosso favor.
Nas horas difíceis a gente enxerga melhor quem realmente está do nosso lado. Com quem podemos contar, seja com uma palavra amiga, ou com o simples fato de não nos julgar e apontar. E são essas pessoas com quem devemos nos importar e dar valor.
Há algum tempo venho tentando não julgar as pessoas, não me meter na vida alheia. Mas agora mais do que nunca irei me esforçar nesse quesito.
As pessoas tendem a dar palpite até mesmo onde não lhe cabe. Acabam atrapalhando, piorando tudo. Não quero ser assim: se não puder ajudar, não vou atrapalhar.
Fazia tempo que eu não perdia uma noite de sono por causa de preocupação ou tristeza. E descobri que isso é inútil. Ficar pensando no problema não ajuda em nada, o que devemos é pensar na solução e descansar.
Como não consigo dormir mesmo, procuro me distrair lendo, escrevendo, ou vendo um filme. Confesso que fumar um baseado me ajuda muito, mas isso é questão de gosto pessoal.
Aprendi a valorizar  mais ainda os momentos mais simples. Eu sempre falei que gosto de momentos tranquilos. Nem é necessário luxo, mas estar em paz com a família, dormir bem, andar despreocupado é a melhor coisa que tem. Agora, sei mais do que nunca a falta que esses momentos tão simples fazem!
Aprendi mais ainda sobre o amor. O amor não pode ser egoísta. Devemos sim, pensar em nós. Mas há momentos em que é necessário esquecer de nós mesmos, para nos doar para alguém. Todo mundo precisa de alguém que esteja ao seu lado, não importa o que aconteça.
E vale lembrar que nada é eterno. A vida é feita desses momentos. Tempos bons, e tempos ruins. Se não fosse assim, não iríamos crescer, evoluir. É nos momentos difíceis que se aprende as maiores lições, basta estar atento e querer aprender.
Já passei tanta coisa difícil, e estou aqui firme e forte. Quantas vezes pensei em desistir, achei que não havia mais o que ser feito. E no fim, tudo passou.
Não adianta ter pressa. A ansiedade faz mal, e muito. O jeito é viver um dia de cada vez, respirar fundo e encarar cada amanhecer. Os dias melhores logo estarão de volta.
Não há bem que seja eterno, e nem mal que dure para sempre. A vida é feita de muitas fases! Portanto... Quando a vida lhe der um limão, faça uma limonada!

domingo, 11 de outubro de 2015

12 Meses

Eu nunca me imaginei sendo garota de programa. Nunca sonhei com isso, mas aconteceu.
A vida tomou rumos, eu fiz escolhas, e um dia decidi fazer sexo em troca de dinheiro. Alugar meu próprio corpo para o prazer alheio.
Já faz um ano que fiz essa escolha, e sinto que continuo sendo a mesma pessoa. Na verdade a mesma pessoa, porém mais experiente, focada, e segura de mim mesma e do que eu quero da minha vida.
Acho engraçado como tudo acaba se tornando rotineiro. Hoje, não é qualquer coisa que me impressiona e de certo modo muitas coisas se tornaram normais pra mim.
Quase tudo que li, vi e ouvi sobre garotas de programa antes de entrar nessa, era verdade: são mulheres normais, que tem sonhos, filhos e familia (em sua maioria), corajosas, de personalidade forte. Existem clientes de tudo que é tipo, que nos procuram pelos mais diversos motivos (nem sempre querem SÓ transar), vemos e ouvimos as intimidades mais bizarras que se pode imaginar. Corremos riscos, ganhamos mais dinheiro do que em muitas outras profissões, temos contato com vários tipos de pessoas e situações. Já vivi tanta coisa, que nem parece que faz apenas 1 ano que bati na porta da primeira zona, suando frio e cheia de dúvidas.
Hoje me sinto um tanto experiente e o mundo da prostituição não tem mais mistérios pra mim.
Não me orgulho da minha profissão. Mas tenho orgulho da mulher que me tornei. Sou guerreira e digna, pois eu trabalho e corro atrás das coisas que quero. Não me aproveito de ninguém, todos os homens que me procuram sabem que serão clientes, ou seja, que precisam pagar pelo meu serviço.
No mais, me considero uma boa mãe, e companheira. Pago minhas contas, tenho responsabilidades, e não encho o saco e nem me meto na vida de ninguém!

Sei que agora, para conquistar as coisas que quero, é só uma questão de tempo. Tem horas que não sei se vou aguentar, mas não esqueço dos motivos que me encorajaram a começar. E já que aguentei até aqui, vou até o final!

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Existe Homem Fiel?

Essa semana uma moça me mandou Whatsapp, disse que precisava falar comigo urgentemente, e me ligou. Perguntou se naquela semana eu havia atendido um cliente moreno.
Minha resposta foi simples e direta, com todo respeito pela moça, mas precisava ser sincera:

-Olha gata... Eu sou garota de programa, atendo alguns homens por dia. Morenos, brancos, pretos, amarelos. Gordos, magros, malhados. Mudos, surdos e cegos. Não sei te dizer ao certo, mas mesmo se soubesse não falaria, pois preciso manter sigilo total sobre meus clientes.

Imagino que deve ser bem complicado passar por uma situação de ser traída. Mas eu realmente não posso sair falando sobre meus clientes. Faz parte do profissionalismo!
Não sou a favor de traição, mas hoje estando do outro lado e precisando ganhar o meu, não posso barrar na porta os homens que tem compromisso, né? Também não aceito desaforo, pois nunca fui na porta de ninguém procurar homem. Busca o serviço de uma GP quem quer!
Pra falar a verdade, hoje tenho uma opinião diferente sobre traição, mas isso é assunto para outra oportunidade.

Acho que todas as mulheres devem se perguntar se existe homem fiel, e confesso que eu mesma ainda não sei essa resposta.
Uma má notícia é que a grande maioria dos clientes que me procuram, são compromissados. Os motivos que eles dão, são vários.
Há os que digam que é a primeira vez, mas tenho minhas dúvidas. Já aconteceram casos como brochar por nervosismo, ou não ter coragem na hora H, e aí eu tive certeza que realmente não são acostumados a pular a cerca. 
Já conheci inúmeros homens na minha vida pessoal que nunca saíram com uma GP. O que não significa que não trairam, pois sempre tem uma prontinha pra dar de graça.
Também não tem nada a ver a mulher se sentir culpada, e achar que fazer tudo na cama só para agradar segura o homem. Tenho clientes que falam que a mulher faz loucuras na cama, anal e tudo que tem direito, e mesmo assim traem! Portanto, meninas, só façam o que tem realmente vontade!! Essa história de "quem não tem em casa, procura na rua" pode até ter uma certa verdade, mas não é 100%. Resumindo: alguns tem em casa, e procuram na rua do mesmo jeito.

As desculpas que eles mais dão?
  • Instinto masculino
  • Carência
  • Falta de sexo em casa
  • Casamento em Crise
E por incrível que pareça:
  • Se aparecer pros outros! Hoje em dia, que trabalho com anúncios não acontece tanto, mas em boate acontecia muito de o cliente ir com os amigos e ficar com vergonha de não ir pro quarto com ninguém, e ia só pra se aparecer.
Enfim, eles sempre justificarão alguma coisa... Eu, pessoalmente, acho que não conseguiria mentir descaradamente pra alguém, mas cada um cada um né!?
Acho que não adianta se descabelar. Isso também não quer dizer que todos os homens traem, como falei, existem alguns que realmente chegam e não conseguem, e falam muito bem da sua parceira, alguns estão passando por momentos complicados mesmo. E existem outros que são safados por natureza. Cabe a nós, mulheres em geral, filtrar os bom, e nos valorizar em primeiro lugar sempre.
Como falei lá em cima, hoje sou uma profissional e não fico perguntando se o cliente é casado ou não. Presto meu serviço, e preciso ganhar meu dinheiro.
Mas entre homens e homens, acho que as mulheres hoje em dia são muito mais ligeiras... Só acho!

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Belos Adormecidos

Assim que eu comecei a trabalhar, sempre atendia um senhor que eu chamava de "professor", pois ele dava aula em um colégio próximo. Ele devia ter seus 60 e poucos anos. Chegava na casa, tomava algumas cervejas, e depois ia para o quarto com alguma menina.
Durante algum tempo ele só ia comigo. Era muito tranquilo atender ele, pois ele ficava horas e horas no quarto, e sem fazer praticamente nada.
Na verdade, ele fazia. Gostava de transar de ladinho, e sempre acabava cochilando. Muita bebida na mente, a saúde já não era aquelas mil maravilhas, então já viu né? Era deitar e dormir.
De repente, ele acordava. Tentava mais um pouco. E adormecia novamente.
E assim passavam horas e horas (e ele pagando).
Certo dia ele pagou para dormir comigo, e as 10h da manhã tive uma bela surpresa: a cama molhada!
Sim minha gente! Meu cliente mijou na cama enquanto dormia!
E aí, faz o que?
Ele era um senhorzinho tão querido, que fiquei sem graça por ele, e tentei contornar a situação da melhor maneira possível. Não tinha muito o que falar né? Ele tomou um banho, se vestiu e foi embora muito sem jeito. Eu coloquei as roupas de cama pra lavar, e o colchão no sol. E assim seguiu mais um dia de trabalho...

Outra vez, já na boate, comecei a conversar com um cliente que já chegou bêbado, e pediu uma garrafa de vinho. Não haviam muitas opções de cliente aquela noite, e eu resolvi "investir" nele. Lidar com bêbado é realmente complicado, mas como sempre falo: gato com fome come até sabão. Faço programa pelo dinheiro, e não para ficar escolhendo cliente. Me tratando bem, o resto é detalhe!
Pois bem, fui para o quarto com o dito cujo. Chegando lá, tudo normal, banhos tomados e fui começar meu trabalho, quando escuto aquele leve roncoSim, adormeceu! Chamei ele uma vez... Chamei duas... Chamei três... E nada!
Deixei dormir.
Uma hora depois, chacoalhei ele e falei que nosso tempo havia acabado.

O homem acordou cheio de fogo, veio pra cima querendo fazer, e pagou mais 1 hora para ficarmos juntos.
5 minutos passaram, e ele dormiu novamente. Chamei, chamei, mas não tinha jeito. Ele só acordava depois de uns 40 minutos apagado.
Mais uma hora acabou, e chacoalhei ele. Acordou, perguntou onde estava, e me disse "você tá cheia de tesão né, não me deixa nem dormir, pega aqui mais 1 hora e vamos transar!".

Hahaha, já era a 3ª hora no quarto, e o homem dormia cada vez que relaxava. No final eu já estava cansada, e cada vez que ele acordava vinha tentando me lamber de um jeito que me enojava demais.
Acordei ele pela última vez e falei:

-Vamos amor... Já estou cansada! Já gozamos, até cochilamos, agora tá na hora de ir embora!

Sou honesta e sincera no meu máximo, mas ganhar dinheiro com um homem dormindo do meu lado, eu é que não ia negar. Só parei no final porque estava ficando enojada mesmo... E é a vida, como dizia uma cafetina muito querida: "um dia da caça, outro do caçador"!

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Pessoa Especial

Quando estou com você, não ligo para o horário.
Não me importa quantas horas já passaram.
Não fico olhando para o relógio.
O tempo passa, e eu nem percebo.
Só com você me sinto totalmente a vontade.
Relaxada.
Não preciso me fantasiar. Não preciso de maquiagem, e nem roupas sensuais a todo momento.
Sou eu mesma. Me sinto amada do jeitinho que eu sou.
Do meu jeito de verdade.
E é recíproco.
Ao seu lado tenho nome, personalidade, vontades, sonhos. 
Você sabe meus segredos e planos. Desde os mais bobos aos mais íntimos.
E sinto confiança total para partilhá-los com você.
Você me conhece como ninguém. Cada detalhe e cada centímetro de mim e do meu corpo.
Sabe tocar do jeito certo, e com você tudo é verdadeiro.
Ao seu lado dou risada até a barriga doer, e durmo tranquila.
Quando as lágrimas insistem em correr, seu colo é meu abrigo.
E escuto tudo o que preciso no momento. Os melhores conselhos, e motivações.
Você tem o dom de me fazer sentir bem.
E quando tudo passa, quando o dia acaba,
Tudo que mais quero é poder contar, como é bom estar ao seu lado!

JJF.
Porque considero justa todas as formas de amor!

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Paixão Bandida

A vida de garota de programa não é só "glamour" como muita gente pensa. Acho que já exemplifiquei isso aqui diversas vezes. Cada cliente é uma caixinha de surpresa, e nunca sabemos quem vai entrar pela porta.

Certa vez atendi um cliente que me disse que fazia 1 ano que não tocava em uma mulher. Não cheguei a perguntar qual o motivo, pois achei que estivesse apenas na "seca", e fiz o programa normalmente. Na hora de ir embora ele falou que estava voltando para a penitenciária, pois estava de "saidinha" da cadeia e antes de voltar precisava dar "umazinha". Na mesma tarde atendi mais uns 2 que também estavam voltando pra lá. Eles voltam no mesmo dia da semana, e alguns deles sempre me visitavam na terça-feira.

Em outra oportunidade, chegaram alguns garotos "bem encarados" (imaginem o quanto) em uma boate, e escolheram 5 meninas para ir para a suíte master. Chegando lá pediram champagne, e tudo mais que as meninas e eles tivessem direito. Dois deles estavam com uma calça de agasalho com um "bolso falso" e começou a tirar bolos e bolos de dinheiro. Foi a primeira (e única)  vez que vi uma quantia tão grande, em espécie, na minha frente, não sei dizer exatamente a quantidade. Nenhuma das meninas se atreveu a mexer, pois todos estavam armados. No final deram uma boa caixinha para cada uma, além de terem pago um valor bem legal pelo programa. Não quero imaginar o que fizeram para ganhar todo aquele dinheiro!

Na tal "casa de massagem" que trabalhei era onde aconteciam os casos mais "vida loka". Numa noite um indivíduo tocou a campainha, e quando abri pude notar que além de estar muito sujo, as mãos estavam sangrando. Queria falar com o dono da casa, mas há quase 1 ano a casa havia mudado de dono. Ele disse que tinha acabado de fugir da cadeia, e precisava de ajuda para sair da cidade. A cafetina disse que não poderia ajudá-lo e ele foi embora.

Nada mole essa vida né?

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A Saga Por Uma Casa

Esse post é continuação desse aqui

Fiz uma lista com mais ou menos 15 casas de massagem em Florianópolis, e na manhã seguinte comecei a ligar perguntando se precisava de menina para trabalhar.

Fui fazer um teste em um privê, durante o dia. Ao chegar lá, se tratava de uma sala comercial. Embaixo era a recepção, e em cima os quartos.  A maioria das cafetinas não informa o valor do programa por telefone. Quando cheguei lá quase caí pra trás: R$50 meia hora! Ou seja, R$25 para a menina, e R$25 para a casa. Puta que pariu, é muito pouco! O problema é que eu não tinha nenhum plano B, já era meio da tarde e não tinha combinado de ir conhecer nenhuma outra casa. Já estava ali, e até a noite anterior estava dando por R$35, então fiquei só pra não perder a viagem, mas já tinha certeza que não iria ficar lá de jeito nenhum. A higiene era precária, os lençóis não eram trocados entre um programa e outro, havia um certo fluxo de clientes na casa já que trabalhavam umas 6 meninas, e somente um banheiro para todos - um caos! Acho inclusive que as toalhas eram colocadas somente no sol para secar, e guardadas novamente, pois algumas tinham um cheiro muito forte. Fiz uns programas e tchau!

Resolvi conhecer outro lado da noite, as boates. Nunca havia entrado em uma, só ouvia falar muito. Trabalhei alguns dias no Bokarra, uma boate grande e bem conhecida aqui em Florianópolis. E depois conheci a Doce Veneno Cafe, onde fiquei alguns meses trabalhando.
Existe uma grande diferença entre trabalhar em casa de massagem (ou agência, privê) e boate. Geralmente nas casas de massagem não tem muita enrolação, o negócio é bem direto: o cliente chega, vê as meninas disponíveis, escolhe uma e vai pro quarto.
Em boate o negócio já é bem mais lucrativo, porém muito mais trabalhoso, pois você precisa caçar o cliente rsrs. Tem que conversar, beber, praticamente "convencê-lo" de fazer um programa com você. Sem falar que existirão outras tantas mulheres fazendo o mesmo (principalmente em dias de movimento fraco).
Geralmente existe um valor mínimo para o programa (estipulado pela boate), e as meninas negociam com o cliente. Já fiz programa de 40 minutos por R$400 (40 minutos leia-se 40 minutos dentro do quarto, pois até eu e o cliente tomar banho, conversar um pouco, rolava no máximo 15, 20 minutos de sexo...), e já vi casos em que rola até mais. Tem também o lance das bebidas, pois as meninas ganham comissão sobre os drinks.

Consegui ficar nessa rotina de boate durante alguns meses, ganhei bem, comecei a fazer show de strip, conheci ótimos clientes e colegas de trabalho. Mas confesso que é extremamente cansativo. Aquela disputa de vaidades, de clientes, o cansaço. Muito agito, muita bebida também. No outro dia estava destruída, e as vezes até meio depressiva. Mas é o preço que se paga para ganhar um bom dinheiro na noite.
Com o tempo acabamos virando "zumbis", e esquecendo como é bom ter uma rotina diurna (bom, pelo menos para mim é bem melhor). Foi esse motivo que me levou a trabalhar de dia, somente por anúncio, e está sendo muito melhor assim, pois como já falei por aqui, paz de espírito é tudo. Se eu não estiver de bem com a vida, de bem comigo mesma e com minha rotina, jamais vou conseguir trabalhar legal.

A Zona É Uma Escola

Esse post é uma continuação desse aqui

Fiquei uns 4 meses trabalhando nesse "privê" de R$70. Hoje tenho noção de que não era lugar pra mim. Nada contra, mas o jeito como eu era tratada e o pouco que ganhava por programa, era desgastante demais. Acho que quando uma mulher entra nessa, deve se valorizar ainda mais. Afinal não estamos trocando uma lâmpada, ou dando banho num cachorro, mas expondo a nossa intimidade de uma forma imensurável, e passando por uma situação que não é fácil: fazendo sexo com uma pessoa que nunca vimos na vida.
Pra chupar pinto, trepar, deixar ser tocada, lambida, virada de bruço, de frente, de costas... No mínimo precisamos ser bem recompensadas!
Mas enfim, como eu não conhecia nada sobre a prostituição ainda, fiquei trabalhando ali por esse período. E apesar de não ter sido nada fácil, aprendi muito naqueles meses. Quando cheguei lá achei que sabia muita coisa sobre a vida e que tinha muita experiência sobre sexo. Hahaha! Como eu era inocente. A zona foi uma escola pra mim. Aprendi muito sobre as pessoas, sobre os homens, e principalmente sobre mim mesma... E sexo é claro! Quando fazer sexo com uma mulher custa apenas R$70, dá pra ter uma idéia de tudo que vemos pela frente. Também esbarrei com histórias de muitas meninas diferentes, e admiráveis.
Apesar de receber pouco pelo programa, eu trabalhava muito bem nessa casa. Nesse período aluguei um apartamento, trouxe minha filha pra morar comigo, pagava babá, creche, e me mantinha bem sozinha. Não sobrava muito dinheiro, mas pelo menos consegui algum avanço tendo em vista o jeito que eu estava quando entrei nessa vida.
Mas eu já não aguentava mais trabalhar naquele lugar. Era estressante, cansativo, e eu já tinha noção de que ganhar R$35 era realmente muito pouco para uma transa de meia hora (meia hora de programa = R$70 sendo que 50% para menina e 50% para a casa). Mal conseguia olhar para a cara da dona, e apesar de me dar muito bem com as outras 4 meninas que trabalhavam lá, um dia cheguei ao limite, discuti com a dita cafetina, me revoltei, peguei minhas coisas e resolvi ir embora. Chamei um taxi, peguei o pouco dinheiro que tinha na casa e fui!

Cheguei em casa e fiquei pensando o que iria fazer... Não conhecia mais nenhum lugar para trabalhar, tinha apenas R$250 na carteira e na semana seguinte precisava pagar aluguel e a babá. Comecei a busca na internet de novo, e entrando no site GP Guia fiz uma lista de várias casas (casas de massagem e privês) em Florianópolis para começar a ligar no dia seguinte...


sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Exterminadora de Virgindade

Me sinto a "mega" profissional quando alguém me procura pra tirar a virgindade.
Quando comecei a trabalhar, em casa de massagem, apareciam muitos "novinhos", e tenho certeza que a maioria era virgem, e procurava a zona para a primeira vez. Era proibido a entrada de menores de 18 anos, a dona não deixava e pedia o documento na entrada. Mas, como o mundo é dos espertos, muitos entravam com identidade falsa, e as vezes a gente só via a data de nascimento e nem parava pra fazer as contas. Uma vez atendi um garoto que tinha cara de tão novinho, que questionei no quarto se ele era realmente maior de idade. E ele confessou que não, a carteira que ele entrou era do tio dele que nasceu em 68 hahaha!
Mas enfim... Os novinhos que fingem ser experientes são um saco de atender. Se acham os "pegadores" e querem fazer tudo de uma vez só, e pela falta de experiência fazem tudo de mal jeito, querendo imitar filme pornô.
Gosto quando eles são sinceros. Alguns até falam que querem dicas, e aprender a fazer direito. Outros só deitam na cama e deixam fazer o serviço.

Uma vez atendi um menino que estava fazendo 18 anos naquele dia (dessa vez era mesmo, pois foi na boate e lá eles realmente olhavam os documentos com atenção). O tio dele o levou, pagou para eu fazer um show de strip, e depois ir para o quarto desvirginar o menino. Ele ficou tão nervoso, que não conseguia manter a ereção, e quase chorou de tão sem jeito que ficou. Acho que nem estava tão afim, mas foi por pressão do tio. Conversei com ele numa boa, tentamos mais um pouco, demos uns amassinhos... Afinal esse nervosismo é normal mesmo. Alguns experientes ficam nervosos igual, faz parte, quando você está transando com alguém pela primeira vez. Ainda mais quando nem conhece a pessoa!

Ontem, mais uma vez atuei como "professora". O cliente marcou um dia antes, chegou uns 15 minutos antes do combinado, e logo no início do atendimento me falou que era virgem. Já namorou, deu amassos, fez sexo oral, mas penetração mesmo seria a primeira vez. Eu acho que nem de longe foi ou será a melhor transa da vida dele, pois o nervosismo e ansiedade atrapalham um pouco, mas pelo menos foi uma aula e ele experimentou quase todas as posições possíveis naquela uma hora.

Imagino que muitos homens devem ter perdido sua virgindade com garotas de programa. Acho que pelo fato de estar lidando com uma profissional, que não vai julgá-lo e vai ter calma e paciência (ou pelo menos deveria ter). Além do mais, ele não precisa ficar tentando impressionar - apesar que muitos tentam isso... Muitos devem ter se tornado realmente bons-de-cama por ter praticado bem antes, e principalmente pela sinceridade de perguntar, de falar, de tirar as duvidas.
A pior coisa que existe é um homem que acha que é o bom, e chega na hora faz cada coisa nada a ver, achando que é o bonzão. Experiência se adquire com tempo e com prática!!

Continuando o Desabafo

Esse post é continuação desse aqui...

(Continuando...)

Os anos passaram, eu recebi uma boa herança, gastei tudo em 3 meses com drogas e "balada". O que a falta de estrutura e conselhos não faz né? Tinha vários "amigos" ao redor, fazendo festa, cheirando muito, minha "casa" vivia cheia. O dinheiro acabou, e as ditas "amizades" também!
Quando conheci o pai da minha filha, logo quis engravidar. Meu sonho era ter um bebê. Mal pensei se tinha condições pra isso, mas queria um filho, alguém sangue do meu sangue, sabe?
No fim da gravidez resolvi procurar a família da minha mãe, tentar me reaproximar de alguma forma. Falei que estava grávida, e até cheguei a conversar por telefone com minhas tias. Mas a verdade é que eu tinha vergonha de falar que as coisas não estavam bem, que eu não tinha condições financeiras, e que meu "marido" era agressivo, e eu fingia que estava tudo bem para eles. Quando minha filha já tinha alguns meses resolvi falar a verdade, e pedir ajuda. Talvez fosse "cara de pau" minha, mas eu realmente não tinha pra "onde correr", não queria mais ficar com o pai da minha filha, mas não tinha para onde ir. Resolvi pedir para a família, mas a resposta foi negativa. Minha tia falou algo como "ué, você disse que estava tudo bem... seus avós já são velhos e não temos como abrigar você com um bebê".
Tudo bem.
Nunca mais procurei ninguém. 
Os anos passaram e até bateu vontade, mas me faltava coragem novamente. Vai que me rejeitassem de novo!
Sabe quando evitamos alguma situação já com medo de sofrer? Pois é!

A verdade é que hoje em dia isso me pesa um pouco. Não pelas minhas tias, pois acho sinceramente que, aos meus 14 anos, elas poderiam ter me acolhido, me dado um pouco mais de carinho, demonstrado preocupação. Sei que não é fácil lidar com adolescente rebelde, e nem as culpo por nada, mas quando a gente realmente ama alguém, ainda mais se tratando de família, movemos o mundo. Não foi nosso caso, infelizmente.
Hoje não tenho o que reclamar, creio que tudo acontece com um propósito. Talvez tudo pudesse ter sido diferente, mas quer saber? Sou feliz. Aprendi a viver com pessoas que realmente me amam e me querem bem, e não faço questão de "títulos" ou aparências.
Mas sinto falta dos meus avós. Me sentiria muito mal se eles partissem sem eu ter ao menos um contato mínimo. Compreendo totalmente o lado deles, já eram idosos e não deve ter sido fácil. Eu sumi, não dei mais notícias. Mas há alguns meses isso me pesa.

Ontem liguei para a minha vó e consegui falar com ela alguns minutos, ela pareceu bastante surpresa quando falei que era eu. Hoje vou ligar para conversar mais um pouco...

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Desabafando

Coisas que nunca parei pra escrever, e que são capítulos muito importantes da minha vida.


Minha mãe tinha depressão. E meu pai bebia muito.
Cresci vendo os dois brigando, se agredindo, enfim. Nunca fomos uma família unida, ou "comum". Em certo tempo, na fase escola, eu tinha até uma certa vergonha pois percebia que os outros pais e mães tratavam seus filhos de forma diferente.
Minha mãe deixava eu fazer tudo que eu queria, saía e voltava a hora que eu bem entendesse. E se houvesse reclamação na escola, ela me trocava de ambiente. Simples! Jamais sentou comigo para conversar e explicar que eu estava errada, que eu precisava mudar alguma coisa. Eu estava sempre certa, e os outros é que conspiravam contra mim. Hoje sei que ela errou por amor. Talvez não tivesse pulso firme o suficiente para dizer um não, talvez tivesse medo que eu a rejeitasse, enfim.
Hoje, com minha filha, dou uma educação totalmente diferente. Afinal, aprendi com meus próprios erros.

Quando minha mãe faleceu, eu tinha 14 anos. Naquela semana meu pai estava internado em uma clínica para viciados, e nós duas estávamos sozinhas. Eu quase não parava em casa, acho que naquela época eu estava de férias, ou matando muita aula (o que era comum, cheguei a ficar 6 meses sem estudar por pura e espontânea vontade).
Ela tomava muitos remédios anti-depressivos, e aquilo já era comum pra mim. De vez em quando eu ouvia ela e meu pai discutindo sobre os gastos com remédios, mas nunca dei bola.
Já faziam algumas semanas que ela se queixava de dor no pulmão. E eu dizia: "vai no médico" ou "deve ser do cigarro".
Certo dia ela ficou de cama, mas aquilo era tão comum na rotina depressiva dela, que eu também não dei bola. As vezes ela ficava até uma, duas semanas trancada dentro do quarto. A noite, eu quis ir para uma festa. Ela mandou eu pegar dinheiro na bolsa dela, e fui.
No meio da festa me deu uma sensação ruim, e eu resolvi voltar pra casa. Ela tinha vomitado, mas dizia que estava bem.
Parecia que eu já sabia, um pressentimento. Antes de dormir eu chorei muito, e pedi para que Deus não a levasse. Mas ao mesmo tempo, pensei "é coisa da minha cabeça".
De manhã quando acordei, cheguei no quarto dela, e a encontrei com as pernas para fora da cama. Quando tirei seu rosto do travesseiro, não tive duvidas: minha mãe estava morta.
Teve hemorragia e embolia pulmonar, causado pelo excessivo uso de remédios tarja-preta.

Fui morar com minha tia em outra cidade. Família tradicional. Minha tia e meu tio são bem de vida, e muito bem casados. Meus primos, alunos exemplares. E eu, a ovelha negra.
Me sentia totalmente deslocada naquela família. Não podia sair, tinha que obedecer as cobranças e exigências, ouvia a todo tempo o quanto eu estava gorda (engordei muito depois que minha mãe faleceu, creio que descontei toda minha ansiedade na comida).
Não deu outra: eu quis voltar para minha cidade, e morar com meu pai. 15 dias após minha mãe falecer, meu pai já estava com outra mulher dentro de casa. O que eu não sabia, é que essa mulher era uma bruxa!

Nessa época me faltou muito carinho. Todo o carinho que minha mãe me dava, eu perdi. Por mais que ela tivesse suas falhas, seus problemas, e me desse mais liberdade do que devia, ela me amava muito. Eu era o mundo dela. E quando ela se foi, isso acabou.
Meu pai só queria saber da mulher nova. Essa mulher, por sua vez, queria me ver longe do caminho dela.
Eu era nova demais, 14 anos! E na primeira oportunidade, saí de casa. Conheci um namoradinho, e fui morar com ele. A gente não tinha estrutura nenhuma, chegamos a morar em uma cozinha, e em um porão. Eu perdi todas as minhas mordomias, mas nunca mais voltei pra casa.
 (Continua...)

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Senta Aqui, Vamos Conversar...

Aquele papo de que as garotas de programa as vezes fazem papel de psicóloga é a mais pura verdade. Já aconteceu comigo algumas vezes.
Eu sempre achei que essas histórias de homens que pagam apenas para conversar fosse mentira, até que um dia estava trabalhando em uma casa de massagem e um garoto entrou e me escolheu. Fomos para o quarto, e antes que eu começasse a interagir ele sentou na cama e falou "Calma, quero conversar primeiro".
Tirou o celular do bolso, e começou a mostrar as fotos da namorada. Ou ex, sei lá. Ele era novo, 19 anos. E ela, 17. Namoravam desde mais novos ainda, e de "um tempo pra cá" ela estava se afastando, querendo sair com as amigas sozinha, enfim, coisas da idade né? Ele, desesperado, já sem saber o que fazer, disse que precisava de uma opinião de alguém mais experiente e pensou "uma garota de programa vai poder me ajudar" rs. Não sei se ajudei muito, mas tentei aconselhar da melhor maneira possível. Nosso tempo acabou, e ele pegou mais meia hora apenas para conversar mais um pouco.

Essa foi só a primeira vez que servi de psicóloga.
Outra vez nessa mesma casa de massagem, fui para o quarto com um cara e ele pediu para eu ficar de calcinha e sutiã e tomar uma cerveja com ele. Não quis fazer nada, apenas conversar. Estava se separando da esposa, e precisava desabafar um pouco.

Não é sempre, mas de vez em quando aparece alguem querendo desabafar. E eu sinto que a pessoa se solta mesmo, sabe? Talvez por sentir que não vou julgá-lo. Já atendi gente que me contou segredos cabeludos, que pediram conselhos, que tinham mania de perseguição, enfim! Mas também já atendi homens que queriam apenas falar o que sentem, talvez por não ter essa liberdade em casa, sei lá!

E assim vamos seguindo, cada dia uma nova surpresa!

sábado, 12 de setembro de 2015

Vendedora de Ilusões

Quase toda semana pelo menos um cliente me pergunta se eu gosto do que faço. Claro que minha resposta é sempre positiva - como responder algo diferente para um cliente? Seria extremamente brochante transar com uma mulher que você sabe que está ali somente pelo dinheiro.
No fundo, eles sabem a verdade. Tirando uma porcentagem de clientes que tem certo conhecimento sobre "meu mundo", e me encaram como profissional do sexo, outros tantos querem mesmo é comprar uma ilusão. E é nesses momentos que nos tornamos verdadeiras atrizes.
Não é que TODOS os clientes sejam desagradáveis. Alguns são companhias legais! Mas o que VENDE mesmo é a imagem de mulher safada, que adora fazer sexo mesmo que seja 10 vezes por dia, liberal e boa de cama. Ninguém quer pagar para transar com uma mulher fria e que fique falando de problemas. E estão certos!
Aprendi que como uma profissional do sexo, é necessário ser realmente profissional. Já que me dispus a fazer isso, que faça o meu melhor!
A Juliana precisa ser simpática, safada, ter bom papo, estar sempre arrumada e cheirosa, satisfazer o cliente. A Juliana é um personagem, fato! Mesmo que ela tenha um "Q" de mim mesma, mas é como se eu incorporasse na hora, rs.
Afinal, eu preciso de dinheiro e quero que meus clientes voltem sempre. Meu raciocínio é de que quanto mais clientes, mais dinheiro, e mais rápido saio dessa.
E é aí que retorno a questão: se eu gosto do que eu faço? Claro que não! Gosto do dinheiro, do retorno que me dá. Foi o caminho mais rápido que encontrei para conseguir as coisas que quero.
E é pelo fato de não gostar que me esforço para em breve parar.
Isso não significa que eu seja uma pessoa infeliz. Muito pelo contrário! Me considero "de bem com a vida". Tenho alguns dias difíceis, como qualquer ser humano. Só não estou na profissão dos meus sonhos, mas na vida tudo é questão de tempo e determinação!

Um brinde a vida e a todos os aprendizados que ela nos traz!

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Sem camisinha NÃO!

Sexta-feira aconteceu uma coisa muito, muito chata.
Atendi durante o dia no apartamento, o dia foi tranquilo. Na hora que estava indo embora, um cliente me ligou e me convidou para ir ao motel.
Eu nunca havia saído com ele. Nos conhecemos em uma boate que trabalhei, mas apenas conversamos, bebemos um drink, e ele pegou meu telefone e me deu uma "caixinha" (caixinha é quando o cliente dá algum dinheiro sem fazer programa, ou quando dá a mais do que o valor que pedi).
Pois bem, como era sexta-feira, eu não pensei duas vezes e fui atendê-lo. Dinheirinho a mais, é sempre bom! Depois disso, iria poder descansar o feriadão todo.
Nos encontramos no Mercado Público aqui de Florianópolis, e fomos para o Motel. O escolhido foi o Millenium, na entrada do Cacupé.

No carro, tudo ok. Ele é um senhor de mais idade, deve ter uns 60 e poucos anos, ou quase isso. Muito gentil, bem vestido, um carro lindo. Chegamos no Motel, tomei um banho, e ele também.
E é aí que começou minha tortura.

Na hora que fui pegar a camisinha, ele já começou a reclamar:
-Não faz isso comigo linda.

Fingi que não ouvi, continuamos nas preliminares, e na hora H fui encapar o bicho, obviamente. Transar sem camisinha está TOTALMENTE fora de cogitação. Mas quem disse que o coroa deixava colocar a camisinha?
Começou a reclamar, resmungar, dizia que ia brochar (problema dele, aprenda a se acostumar com a capa). E se fazia de coitadinho:

-Não faz isso comigo, por favor.
-Eu não saio com meninas de programa, só tenho relação com minha mulher. (Aham, eu fui a primeira, tá bom!).

Fui usando todas minhas técnicas de calma e paciência. Sempre acho que "com jeitinho" tudo se resolve. Mas tem horas que não dá pra ser boba.
Fico abismada com esses homens que procuram garotas de programa para transar sem camisinha.
Eu já recebi propostas em que o cara paga até R$500 a mais (além do programa) para meter sem. Sem chance! 
Tenho o seguinte raciocínio:

1- O homem que faz essa proposta pra mim, já fez para outras garotas. E quantas delas já devem ter topado!
2- A garota que topa transar sem camisinha com cliente, já não tem nada a perder. Afinal, volto pro item 1, com quantas ele já deve ter transado sem proteção! Se alguma topa, ou é muito inocente mesmo de cair no papo do cliente (acho difícil) ou já tem alguma coisa e não tá nem aí!
3- Não importa o valor que ele pague. A vida não tem preço!

Mas voltando ao caso de sexta-feira. O velho incomodou, reclamou, e eu tentando ser o mais profissional possível. Até que ele me apertou, meio que deitando por cima de mim e tentava esfregar o pinto em mim e dizia:
-É só um carinho.
-É mais gostoso assim.

Me senti QUASE estuprada. Isso mesmo, eu, uma garota de programa, me senti praticamente estuprada! Aquele velho em cima de mim, tentando meter sem camisinha praticamente a força (poxa, já havia falado que NÃO, e ele forçando a barra).
Reuni todas as forças, me levantei com ele por cima de mim, e falei alto:

-Poxa! Já falei que sem camisinha NÃO TEM CONDIÇÕES. Não faço, não faço e pronto!

Ele resmungou mais um pouco, tentou se explicar (com aquela história de que não é acostumado com preservativo), deixou o dinheiro em cima da mesa e foi embora. Fiquei no quarto do motel sozinha, chamei um táxi, e até a camareira entrou no quarto para conferir o que foi consumido já que ele já estava pagando a conta.
Nem preciso dizer como me senti mal naquele momento. Foi muito ruim. Nessa horas a gente pensa se realmente vale a pena passar por esse tipo de coisa. Mas aí me lembro os motivos que já me trouxeram até aqui, e creio que logo essa fase vai se encerrar. Em toda profissão sempre existe um ou outro cliente que incomoda, não é na minha que seria diferente.
Mas enfim, passou.
Pelo menos ganhei meu dinheiro!

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Pinto Gigante

Lá estava eu na casa de massagem, assim que comecei a trabalhar, quando entra um negrão de quase 2 metros de altura (ou mais, pois tinha que abaixar a cabeça pra passar pela porta), roupas de basquete, e adivinha quem ele escolhe pra ir pro quarto? Sim, euzinha.
Eu estava começando na profissão, e sentia muita dor, tinha infecção urinária direto (na verdade ás vezes ainda sinto dor, e odeio pintos exagerados, muito grandes ou muito grossos). 
Quando ele tirou a cueca, cheguei a me assustar. Gente, nunca vi um pinto tão grande na minha vida. Enorme! Parecia meu braço. Que medo!
O problema não era só o pinto grande. Era o jeito do cara. Queria meter como se fosse um pinto normal.
Homens, por favor! Se seu pinto é exageradamente grande/grosso, meta com cuidado, com jeitinho, pois machuca (pelo menos a maioria das mulheres). Não queira dar uma de Kid Bengala em filme pornô.
Colocar a camisinha foi um trabalho, ele trouxe uma especial, pois NEM a Prudence Extra (que é a que eu costumo usar para os mais avantajados) servia. Era praticamente uma camisinha de cavalo! 
Bicho encapado, o negrão pediu pra eu ficar de 4. Atolei de gel lubrificante e pimba. Mas quando ele começou a colocar, parecia que estava me rasgando ao meio.
Prendi a respiração, e as lágrimas vieram nos olhos. Que dor!
Pedi pra ele tirar e tentar de novo, mais devagar. Mas não tinha jeito, o cara era ignorante mesmo e socou com força. Bombou uma. Bombou duas. Bombou três. E foi quando eu vi que não ia aguentar. Doía demais! Pedi pra parar, e expliquei que não estava aguentando de dor.
O negócio nem cabia direito em mim. 
Ele, grosseiramente, me disse que eu era profissional e que tinha que aguentar o tranco. 
Porque não enfia no cu dele um pau daquele tamanho?

Tentei manter a calma. Falei pra ele que não ia dar, pois estava machucada (infecção urinária, trabalhando na marra mesmo), e não estava aguentando de dor. Ele começou a falar um monte de besteira, que eu não estava sendo competente, não estava sendo profissional, e que essas putas não servem pra nada pois não aguentam o pau dele. Que todo lugar que ia era a mesma coisa (ou seja, eu não era a primeira a fugir da raia)!
Peguei minhas coisas, minha roupa, e falei que ia devolver o dinheiro. 
Quando saí do quarto, pra pegar o dinheiro de volta com a cafetina dona da casa, pensei "Po... Chupei o cara, me viu pelada, meteu, e foi estupido comigo". Quer saber?

-Não vou devolver porra nenhuma!

Falei pelo lado de fora da porta e saí correndo para a parte de baixo da casa.
Ele esperou mais uns 10 minutos na sala, perguntou se outras meninas queriam atendê-lo, mas ninguém encarou. Desistiu e foi embora.

Por isso que eu digo, mais vale um pequeno brincalhão do que um grande bobalhão!

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

"Causos" da Noite - O Assalto!

Quase 1 ano trabalhando como garota de programa, já vivi e vi mais coisas que em toda minha vida. Fatos engraçados, estranhos, tristes, enfim.
Aparece e acontece de tudo.

Vou contar alguns casos por aqui (não de uma vez só, pois são muitos, calma!). Começando por um dos momentos mais tensos que vivi.
Muitas vezes corremos riscos em casas que não oferecem a segurança devida (principalmente quando iniciamos e não temos muito conhecimento sobre as casas e formas de trabalho).
Certa vez estava trabalhando em uma casa de massagem no centro de Floripa, e toda semana ia lá uma vendedora de produtos importados. Por ordem da dona da casa, a vendedora não podia levar os produtos para dentro do local, pra não causar tumulto, então ela (a vendedora) estacionava seu carro quase em frente, e levava as meninas interessadas uma a uma para ver os produtos dentro do carro.
Enquanto a vendedora fazia a festa, um cliente entrou, me escolheu, e fomos para o quarto. Tiramos a roupa, e quando estávamos começando, comecei a ouvir as meninas gritando, correndo de um lado pro outro:

"Chama a polícia"
"Abre a porta"
"Estão armados"
"Não abre, eles vão entrar!"
"Anda, chama a polícia"

-Pronto! A casa está sendo assaltada. -Pensei. (Já ouvi muitas histórias assim, e morria de medo disso).

Pois bem, a casa não estava sendo assaltada. Mas sim a vendedora e uma menina, dentro do carro. Uns 5 caras, dizem que estavam armados, e de dentro da casa as meninas estavam vendo a cena pela câmera (do que adianta ter câmera, se não tem como agir em uma situação como essa). 
Mas eu, que estava dentro do quarto com o cliente, não sabia o que estava acontecendo, achava que os bandidos estavam invadindo a casa, pois só ouvia os gritos e a mulherada desesperada sem saber o que fazer.

O cliente que estava comigo falava apenas do carro dele
"Meu carro tá lá fora, é um Veloster, tenho que ver meu carro"
-Foda-se seu carro cara, eu não vou abrir a porta.

Meu coração estava quase saindo pela boca. Já imaginava a cena dos bandidos arrombando a porta do quarto, enfim... Um filme passou pela minha cabeça.
Quando percebi que tudo se acalmou, tomei coragem e abri a porta, e enfim me explicaram o que havia acontecido. Os bandidos já tinham ido embora, levaram a mercadoria que estava no carro, e já estavam todas mais calmas (pois dos males, foi o menor). O cliente correu para ver o carro dele, e estava tudo ok.

Eu, ainda trêmula do susto e da situação toda:
-Vou devolver seu dinheiro, já que nem deu de fazer nada.
-Claro que não, agora que já vi que não aconteceu nada com meu carro, vamos trepar!

Sangue frio? Não, imagina!
E eu atendi, normalmente. Susto passou, dinheiro no bolso, e bola pra frente!

Sobre a Vida Atualmente

Após tentar trabalhar em casas de massagem (pagam muito pouco), e em boates (a noite judia demais), enfim acho que encontrei uma forma melhor de trabalhar: em local próprio. Bom, na verdade o local não é próprio, e sim de uma amiga, mas é somente por anuncio e é bem melhor trabalhar assim.
Simples, pois o cliente vê o anuncio, liga, marca horário, e vem. Nada de ficar caçando, ou disputando cliente com outras meninas.
Em boate o valor dos programas é bom, mas não paga o desgaste de aturar clientes bêbados (em sua maioria, não todos), às vezes drogados, sem falar que alguns acham que podem ficar passando a mão, alisando, sem estar pagando nem ao menos um drink! Além de que viver só a noite é complicado, perdemos o dia, viramos praticamente zumbis. Enfim, é estressante. Resolvi ir em boate somente uma vez por semana, e olhe lá.
Ser garota de programa não é o sonho de nenhuma mulher (penso eu), mas já que estou nessa, que o stress seja evitado ao máximo. Afinal, minha vida não é isso, não é só ganhar dinheiro, existe o outro lado, que é a minha vida pessoal e eu jamais quero vê-la abalada por conta de stress.

Minha meta era parar de trabalhar assim em Dezembro. Eu disse era, pois pelo andar da carruagem não vou conseguir todos meus objetivos até lá (minha casa e meu negócio próprio). A crise bateu pra todo mundo, inclusive para nós, garotas de programa, então nada de pânico! Resolvi alcançar os objetivos sem um prazo determinado, o importante é que estou lutando por eles. Também não pretendo me prolongar muito nessa, mas quem sabe até o fim do verão..!

sábado, 22 de agosto de 2015

Vida Fácil - Só Que Não!

Gostaria de descobrir quem inventou a expressão vida fácil para se referir à garotas de programa.
Definitivamente, ser garota de programa está longe de ser fácil, e ganhar dinheiro em troca de sexo não é tão simples.
A grande maioria das mulheres que optam por "essa vida" são realmente guerreiras e, em sua grande maioria, ambiciosas. Creio que assim como eu muitas passam por altos e baixos em meio a profissão.
Tem dias que dá vontade de mandar tudo à merda e ter uma "vida normal", mas logo lembramos porquê estamos nessa, e pensamos no dinheiro, nos sonhos, muitas vezes nos filhos.
Já conheci tantas mulheres admiráveis, batalhadoras, de bom coração! Outras nem tanto, normal em qualquer profissão. Mas a verdade é que por trás de cada "nome de guerra" existe um coração cheio de vontades.
O meu não é diferente. Não quero jamais me tornar escrava desse dinheiro, mas sei os motivos que me levaram a dar minha cara a tapa. Já que estou nessa, não vou sair de mãos abanando.

*Voltei a escrever no blog!
*Não sei quem acessa aqui, mas muito obrigada se alguém me ler!
*Listei todos meus objetivos hoje em um papel.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Rodando Bolsinha

Quase 5h da manhã, e eu aqui de calcinha e sutiã fumando um baseado com o notebook no colo.
Faz 6 meses que trabalho como garota de programa, e posso garantir que não é um dinheiro fácil. Mas como sempre falo: é um dinheiro rápido.
Fiz muita burrada na minha vida mas quando me vi com 25 anos, em um quarto úmido e mofado, há quase 2 meses sem ver minha filha, apanhando e vivendo praticamente refém de um relacionamento doentio, resolvi que era hora de fazer alguma coisa pela vida. Eu decidi que precisava ganhar dinheiro, pois andava numa fase que trabalhava hoje pra comer amanhã, e olhe lá. Havia acabado de sair de uma lanchonete, mal tinha dinheiro pra pagar o aluguel, e estava há tempo empurrando a vida com a barriga (uma hora vai melhorar, mas atitude que é bom nada). Arranjei 60 reais emprestado, e comprei formas e chocolates para fazer trufas, e saía todo dia para vendê-las. Mas o dinheiro das trufas não estava sendo suficiente. E então numa bela noite eu decidi ser puta. Não sou feia. Um amigo já havia me dado a idéia, mas me faltava coragem. Só que como dizem por aí, gato com fome lambe até sabão... Eu já tinha dado pra tanto mala por carência, que ganhar dinheiro pra fazer sexo não podia ser tão difícil assim. Comecei a ler blogs, sites, ver filmes, e reunir todas as informações possíveis sobre a prostituição. E quanto mais eu lia a respeito, mais coragem me dava.
Tanta menina faz isso, eu também posso conseguir.
Um dia fui na lan-house, pesquisei por "casa de massagem centro de Florianópolis", e liguei perguntando algo como "precisa de gente pra trabalhar?". Já no primeiro telefonema a resposta foi positiva, peguei o endereço e fiquei de passar lá a tarde.
Não tinha noção do que estava me esperando. No caminho tentava imaginar, os pole-dance, as mulheres estilo panicats peladas e lindas, a cafetina poderosa cheia de ouro, e tudo o mais que se espera na primeira vez que se vai em uma zona.
Levei minha caixa de trufas pra ir vendendo no caminho. Quanto mais perto chegava, mais frio na barriga me dava. "Vai dar certo. Vai dar certo. Vai dar certo". Cheguei no endereço indicado, uma casa azul bem no centro de Florianópolis, em meio a prédios residenciais e lojas comuns. Quando toquei a campainha uma menina bem magrinha e com o olho super carregado de maquiagem verde limão me atendeu. Corta a idéia das panicats. A casa nada mais era que uma sala com dois sofás, tinha um barzinho e 2 portas que eram os quartos. Nada de pole-dance. E lá veio a cafetina, com o cabelo em um coque de ficar em casa, uma bermuda manchada de Ki-Boa e uma camiseta de alguma banda de rock. Ok, a cafetina não é tão chique como eu imaginava. Fomos no bar, e ali ela me explicou como funcionava a casa, os horários, e os valores. R$70 meia hora e R$140 uma hora. Metade pra menina, metade pra ela.
"É muito pouco", pensei. "É, mas se você fizer 10 de meia hora por dia já são R$350" ela me respondeu. Ganhar R$350 por dia, na época, era incrível pra mim e eu não tinha noção de como consumia energia transar com 10 homens por dia!
Topei, e fiquei ali por 4 meses...

segunda-feira, 30 de março de 2015

Sobre o Dinheiro

Tudo na vida é uma fase, bem como o momento que estou vivendo.
A prostituição não é vida pra ninguém, está longe de ser vida fácil como todo mundo diz. A parte boa de tudo isso é o retorno financeiro, somente.
Lembro até hoje do meu primeiro pagamento. Em 3 dias de trabalho recebi uma quantia maior do que trabalhando o mês inteiro vendendo trufas ou trabalhando em um emprego normal. Apenas 3 dias, é realmente tentador! Descansei um pouco, acordei e fui pro shopping. Matei vontades: comida japonesa, torta de chocolate, compras, cinema, salão de beleza. À quanto tempo não fazia essas coisas!
Mas a forma como esse dinheiro vem não é fácil. Transar com uma pessoa que você nunca viu na vida, ser tocada por alguém que você não tem um pingo de desejo, expor sua intimidade, ter que transar e parecer estar bem mesmo que esteja com a cabeça cheia de problemas, estressada, cansada, enfim... É sacrificante. Por isso botei na cabeça que já que entrei nessa, meu dinheiro tem que ser bem utilizado.
Vejo muitas meninas que entram nessa vida iludidas com o dinheiro. Começam a ganhar bem, e gastar mais ainda. Vivem de ostentação, em torno de baladas, roupas caras, e acabam não traçando nenhuma meta pra vida. São poucas as meninas que usam esse dinheiro para estudar ou de alguma forma melhorar sua situação.
Entrei na vida assim, sem rumo. Nos primeiros meses eu morava na zona, acordava, almoçava e já começava a trabalhar. Seguia atendendo até o fechamento da casa, por volta de 4h, 5h, as vezes até 6 horas da manhã. Ganhei um bom dinheiro assim, mas além de quase não ter vida própria, não soube aproveitar esse dinheiro. Minha vida melhorou, é bem verdade, mas só agora depois de 6 meses resolvi focar bem no que quero.
Estabeleci uma meta de sair dessa vida até fim desse ano, e já que estou nessa, não quero sair de mãos abanando. Que seja um dinheiro bem utilizado, e que meu esforço valha a pena!