quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Paixão Bandida

A vida de garota de programa não é só "glamour" como muita gente pensa. Acho que já exemplifiquei isso aqui diversas vezes. Cada cliente é uma caixinha de surpresa, e nunca sabemos quem vai entrar pela porta.

Certa vez atendi um cliente que me disse que fazia 1 ano que não tocava em uma mulher. Não cheguei a perguntar qual o motivo, pois achei que estivesse apenas na "seca", e fiz o programa normalmente. Na hora de ir embora ele falou que estava voltando para a penitenciária, pois estava de "saidinha" da cadeia e antes de voltar precisava dar "umazinha". Na mesma tarde atendi mais uns 2 que também estavam voltando pra lá. Eles voltam no mesmo dia da semana, e alguns deles sempre me visitavam na terça-feira.

Em outra oportunidade, chegaram alguns garotos "bem encarados" (imaginem o quanto) em uma boate, e escolheram 5 meninas para ir para a suíte master. Chegando lá pediram champagne, e tudo mais que as meninas e eles tivessem direito. Dois deles estavam com uma calça de agasalho com um "bolso falso" e começou a tirar bolos e bolos de dinheiro. Foi a primeira (e única)  vez que vi uma quantia tão grande, em espécie, na minha frente, não sei dizer exatamente a quantidade. Nenhuma das meninas se atreveu a mexer, pois todos estavam armados. No final deram uma boa caixinha para cada uma, além de terem pago um valor bem legal pelo programa. Não quero imaginar o que fizeram para ganhar todo aquele dinheiro!

Na tal "casa de massagem" que trabalhei era onde aconteciam os casos mais "vida loka". Numa noite um indivíduo tocou a campainha, e quando abri pude notar que além de estar muito sujo, as mãos estavam sangrando. Queria falar com o dono da casa, mas há quase 1 ano a casa havia mudado de dono. Ele disse que tinha acabado de fugir da cadeia, e precisava de ajuda para sair da cidade. A cafetina disse que não poderia ajudá-lo e ele foi embora.

Nada mole essa vida né?

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A Saga Por Uma Casa

Esse post é continuação desse aqui

Fiz uma lista com mais ou menos 15 casas de massagem em Florianópolis, e na manhã seguinte comecei a ligar perguntando se precisava de menina para trabalhar.

Fui fazer um teste em um privê, durante o dia. Ao chegar lá, se tratava de uma sala comercial. Embaixo era a recepção, e em cima os quartos.  A maioria das cafetinas não informa o valor do programa por telefone. Quando cheguei lá quase caí pra trás: R$50 meia hora! Ou seja, R$25 para a menina, e R$25 para a casa. Puta que pariu, é muito pouco! O problema é que eu não tinha nenhum plano B, já era meio da tarde e não tinha combinado de ir conhecer nenhuma outra casa. Já estava ali, e até a noite anterior estava dando por R$35, então fiquei só pra não perder a viagem, mas já tinha certeza que não iria ficar lá de jeito nenhum. A higiene era precária, os lençóis não eram trocados entre um programa e outro, havia um certo fluxo de clientes na casa já que trabalhavam umas 6 meninas, e somente um banheiro para todos - um caos! Acho inclusive que as toalhas eram colocadas somente no sol para secar, e guardadas novamente, pois algumas tinham um cheiro muito forte. Fiz uns programas e tchau!

Resolvi conhecer outro lado da noite, as boates. Nunca havia entrado em uma, só ouvia falar muito. Trabalhei alguns dias no Bokarra, uma boate grande e bem conhecida aqui em Florianópolis. E depois conheci a Doce Veneno Cafe, onde fiquei alguns meses trabalhando.
Existe uma grande diferença entre trabalhar em casa de massagem (ou agência, privê) e boate. Geralmente nas casas de massagem não tem muita enrolação, o negócio é bem direto: o cliente chega, vê as meninas disponíveis, escolhe uma e vai pro quarto.
Em boate o negócio já é bem mais lucrativo, porém muito mais trabalhoso, pois você precisa caçar o cliente rsrs. Tem que conversar, beber, praticamente "convencê-lo" de fazer um programa com você. Sem falar que existirão outras tantas mulheres fazendo o mesmo (principalmente em dias de movimento fraco).
Geralmente existe um valor mínimo para o programa (estipulado pela boate), e as meninas negociam com o cliente. Já fiz programa de 40 minutos por R$400 (40 minutos leia-se 40 minutos dentro do quarto, pois até eu e o cliente tomar banho, conversar um pouco, rolava no máximo 15, 20 minutos de sexo...), e já vi casos em que rola até mais. Tem também o lance das bebidas, pois as meninas ganham comissão sobre os drinks.

Consegui ficar nessa rotina de boate durante alguns meses, ganhei bem, comecei a fazer show de strip, conheci ótimos clientes e colegas de trabalho. Mas confesso que é extremamente cansativo. Aquela disputa de vaidades, de clientes, o cansaço. Muito agito, muita bebida também. No outro dia estava destruída, e as vezes até meio depressiva. Mas é o preço que se paga para ganhar um bom dinheiro na noite.
Com o tempo acabamos virando "zumbis", e esquecendo como é bom ter uma rotina diurna (bom, pelo menos para mim é bem melhor). Foi esse motivo que me levou a trabalhar de dia, somente por anúncio, e está sendo muito melhor assim, pois como já falei por aqui, paz de espírito é tudo. Se eu não estiver de bem com a vida, de bem comigo mesma e com minha rotina, jamais vou conseguir trabalhar legal.

A Zona É Uma Escola

Esse post é uma continuação desse aqui

Fiquei uns 4 meses trabalhando nesse "privê" de R$70. Hoje tenho noção de que não era lugar pra mim. Nada contra, mas o jeito como eu era tratada e o pouco que ganhava por programa, era desgastante demais. Acho que quando uma mulher entra nessa, deve se valorizar ainda mais. Afinal não estamos trocando uma lâmpada, ou dando banho num cachorro, mas expondo a nossa intimidade de uma forma imensurável, e passando por uma situação que não é fácil: fazendo sexo com uma pessoa que nunca vimos na vida.
Pra chupar pinto, trepar, deixar ser tocada, lambida, virada de bruço, de frente, de costas... No mínimo precisamos ser bem recompensadas!
Mas enfim, como eu não conhecia nada sobre a prostituição ainda, fiquei trabalhando ali por esse período. E apesar de não ter sido nada fácil, aprendi muito naqueles meses. Quando cheguei lá achei que sabia muita coisa sobre a vida e que tinha muita experiência sobre sexo. Hahaha! Como eu era inocente. A zona foi uma escola pra mim. Aprendi muito sobre as pessoas, sobre os homens, e principalmente sobre mim mesma... E sexo é claro! Quando fazer sexo com uma mulher custa apenas R$70, dá pra ter uma idéia de tudo que vemos pela frente. Também esbarrei com histórias de muitas meninas diferentes, e admiráveis.
Apesar de receber pouco pelo programa, eu trabalhava muito bem nessa casa. Nesse período aluguei um apartamento, trouxe minha filha pra morar comigo, pagava babá, creche, e me mantinha bem sozinha. Não sobrava muito dinheiro, mas pelo menos consegui algum avanço tendo em vista o jeito que eu estava quando entrei nessa vida.
Mas eu já não aguentava mais trabalhar naquele lugar. Era estressante, cansativo, e eu já tinha noção de que ganhar R$35 era realmente muito pouco para uma transa de meia hora (meia hora de programa = R$70 sendo que 50% para menina e 50% para a casa). Mal conseguia olhar para a cara da dona, e apesar de me dar muito bem com as outras 4 meninas que trabalhavam lá, um dia cheguei ao limite, discuti com a dita cafetina, me revoltei, peguei minhas coisas e resolvi ir embora. Chamei um taxi, peguei o pouco dinheiro que tinha na casa e fui!

Cheguei em casa e fiquei pensando o que iria fazer... Não conhecia mais nenhum lugar para trabalhar, tinha apenas R$250 na carteira e na semana seguinte precisava pagar aluguel e a babá. Comecei a busca na internet de novo, e entrando no site GP Guia fiz uma lista de várias casas (casas de massagem e privês) em Florianópolis para começar a ligar no dia seguinte...


sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Exterminadora de Virgindade

Me sinto a "mega" profissional quando alguém me procura pra tirar a virgindade.
Quando comecei a trabalhar, em casa de massagem, apareciam muitos "novinhos", e tenho certeza que a maioria era virgem, e procurava a zona para a primeira vez. Era proibido a entrada de menores de 18 anos, a dona não deixava e pedia o documento na entrada. Mas, como o mundo é dos espertos, muitos entravam com identidade falsa, e as vezes a gente só via a data de nascimento e nem parava pra fazer as contas. Uma vez atendi um garoto que tinha cara de tão novinho, que questionei no quarto se ele era realmente maior de idade. E ele confessou que não, a carteira que ele entrou era do tio dele que nasceu em 68 hahaha!
Mas enfim... Os novinhos que fingem ser experientes são um saco de atender. Se acham os "pegadores" e querem fazer tudo de uma vez só, e pela falta de experiência fazem tudo de mal jeito, querendo imitar filme pornô.
Gosto quando eles são sinceros. Alguns até falam que querem dicas, e aprender a fazer direito. Outros só deitam na cama e deixam fazer o serviço.

Uma vez atendi um menino que estava fazendo 18 anos naquele dia (dessa vez era mesmo, pois foi na boate e lá eles realmente olhavam os documentos com atenção). O tio dele o levou, pagou para eu fazer um show de strip, e depois ir para o quarto desvirginar o menino. Ele ficou tão nervoso, que não conseguia manter a ereção, e quase chorou de tão sem jeito que ficou. Acho que nem estava tão afim, mas foi por pressão do tio. Conversei com ele numa boa, tentamos mais um pouco, demos uns amassinhos... Afinal esse nervosismo é normal mesmo. Alguns experientes ficam nervosos igual, faz parte, quando você está transando com alguém pela primeira vez. Ainda mais quando nem conhece a pessoa!

Ontem, mais uma vez atuei como "professora". O cliente marcou um dia antes, chegou uns 15 minutos antes do combinado, e logo no início do atendimento me falou que era virgem. Já namorou, deu amassos, fez sexo oral, mas penetração mesmo seria a primeira vez. Eu acho que nem de longe foi ou será a melhor transa da vida dele, pois o nervosismo e ansiedade atrapalham um pouco, mas pelo menos foi uma aula e ele experimentou quase todas as posições possíveis naquela uma hora.

Imagino que muitos homens devem ter perdido sua virgindade com garotas de programa. Acho que pelo fato de estar lidando com uma profissional, que não vai julgá-lo e vai ter calma e paciência (ou pelo menos deveria ter). Além do mais, ele não precisa ficar tentando impressionar - apesar que muitos tentam isso... Muitos devem ter se tornado realmente bons-de-cama por ter praticado bem antes, e principalmente pela sinceridade de perguntar, de falar, de tirar as duvidas.
A pior coisa que existe é um homem que acha que é o bom, e chega na hora faz cada coisa nada a ver, achando que é o bonzão. Experiência se adquire com tempo e com prática!!

Continuando o Desabafo

Esse post é continuação desse aqui...

(Continuando...)

Os anos passaram, eu recebi uma boa herança, gastei tudo em 3 meses com drogas e "balada". O que a falta de estrutura e conselhos não faz né? Tinha vários "amigos" ao redor, fazendo festa, cheirando muito, minha "casa" vivia cheia. O dinheiro acabou, e as ditas "amizades" também!
Quando conheci o pai da minha filha, logo quis engravidar. Meu sonho era ter um bebê. Mal pensei se tinha condições pra isso, mas queria um filho, alguém sangue do meu sangue, sabe?
No fim da gravidez resolvi procurar a família da minha mãe, tentar me reaproximar de alguma forma. Falei que estava grávida, e até cheguei a conversar por telefone com minhas tias. Mas a verdade é que eu tinha vergonha de falar que as coisas não estavam bem, que eu não tinha condições financeiras, e que meu "marido" era agressivo, e eu fingia que estava tudo bem para eles. Quando minha filha já tinha alguns meses resolvi falar a verdade, e pedir ajuda. Talvez fosse "cara de pau" minha, mas eu realmente não tinha pra "onde correr", não queria mais ficar com o pai da minha filha, mas não tinha para onde ir. Resolvi pedir para a família, mas a resposta foi negativa. Minha tia falou algo como "ué, você disse que estava tudo bem... seus avós já são velhos e não temos como abrigar você com um bebê".
Tudo bem.
Nunca mais procurei ninguém. 
Os anos passaram e até bateu vontade, mas me faltava coragem novamente. Vai que me rejeitassem de novo!
Sabe quando evitamos alguma situação já com medo de sofrer? Pois é!

A verdade é que hoje em dia isso me pesa um pouco. Não pelas minhas tias, pois acho sinceramente que, aos meus 14 anos, elas poderiam ter me acolhido, me dado um pouco mais de carinho, demonstrado preocupação. Sei que não é fácil lidar com adolescente rebelde, e nem as culpo por nada, mas quando a gente realmente ama alguém, ainda mais se tratando de família, movemos o mundo. Não foi nosso caso, infelizmente.
Hoje não tenho o que reclamar, creio que tudo acontece com um propósito. Talvez tudo pudesse ter sido diferente, mas quer saber? Sou feliz. Aprendi a viver com pessoas que realmente me amam e me querem bem, e não faço questão de "títulos" ou aparências.
Mas sinto falta dos meus avós. Me sentiria muito mal se eles partissem sem eu ter ao menos um contato mínimo. Compreendo totalmente o lado deles, já eram idosos e não deve ter sido fácil. Eu sumi, não dei mais notícias. Mas há alguns meses isso me pesa.

Ontem liguei para a minha vó e consegui falar com ela alguns minutos, ela pareceu bastante surpresa quando falei que era eu. Hoje vou ligar para conversar mais um pouco...

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Desabafando

Coisas que nunca parei pra escrever, e que são capítulos muito importantes da minha vida.


Minha mãe tinha depressão. E meu pai bebia muito.
Cresci vendo os dois brigando, se agredindo, enfim. Nunca fomos uma família unida, ou "comum". Em certo tempo, na fase escola, eu tinha até uma certa vergonha pois percebia que os outros pais e mães tratavam seus filhos de forma diferente.
Minha mãe deixava eu fazer tudo que eu queria, saía e voltava a hora que eu bem entendesse. E se houvesse reclamação na escola, ela me trocava de ambiente. Simples! Jamais sentou comigo para conversar e explicar que eu estava errada, que eu precisava mudar alguma coisa. Eu estava sempre certa, e os outros é que conspiravam contra mim. Hoje sei que ela errou por amor. Talvez não tivesse pulso firme o suficiente para dizer um não, talvez tivesse medo que eu a rejeitasse, enfim.
Hoje, com minha filha, dou uma educação totalmente diferente. Afinal, aprendi com meus próprios erros.

Quando minha mãe faleceu, eu tinha 14 anos. Naquela semana meu pai estava internado em uma clínica para viciados, e nós duas estávamos sozinhas. Eu quase não parava em casa, acho que naquela época eu estava de férias, ou matando muita aula (o que era comum, cheguei a ficar 6 meses sem estudar por pura e espontânea vontade).
Ela tomava muitos remédios anti-depressivos, e aquilo já era comum pra mim. De vez em quando eu ouvia ela e meu pai discutindo sobre os gastos com remédios, mas nunca dei bola.
Já faziam algumas semanas que ela se queixava de dor no pulmão. E eu dizia: "vai no médico" ou "deve ser do cigarro".
Certo dia ela ficou de cama, mas aquilo era tão comum na rotina depressiva dela, que eu também não dei bola. As vezes ela ficava até uma, duas semanas trancada dentro do quarto. A noite, eu quis ir para uma festa. Ela mandou eu pegar dinheiro na bolsa dela, e fui.
No meio da festa me deu uma sensação ruim, e eu resolvi voltar pra casa. Ela tinha vomitado, mas dizia que estava bem.
Parecia que eu já sabia, um pressentimento. Antes de dormir eu chorei muito, e pedi para que Deus não a levasse. Mas ao mesmo tempo, pensei "é coisa da minha cabeça".
De manhã quando acordei, cheguei no quarto dela, e a encontrei com as pernas para fora da cama. Quando tirei seu rosto do travesseiro, não tive duvidas: minha mãe estava morta.
Teve hemorragia e embolia pulmonar, causado pelo excessivo uso de remédios tarja-preta.

Fui morar com minha tia em outra cidade. Família tradicional. Minha tia e meu tio são bem de vida, e muito bem casados. Meus primos, alunos exemplares. E eu, a ovelha negra.
Me sentia totalmente deslocada naquela família. Não podia sair, tinha que obedecer as cobranças e exigências, ouvia a todo tempo o quanto eu estava gorda (engordei muito depois que minha mãe faleceu, creio que descontei toda minha ansiedade na comida).
Não deu outra: eu quis voltar para minha cidade, e morar com meu pai. 15 dias após minha mãe falecer, meu pai já estava com outra mulher dentro de casa. O que eu não sabia, é que essa mulher era uma bruxa!

Nessa época me faltou muito carinho. Todo o carinho que minha mãe me dava, eu perdi. Por mais que ela tivesse suas falhas, seus problemas, e me desse mais liberdade do que devia, ela me amava muito. Eu era o mundo dela. E quando ela se foi, isso acabou.
Meu pai só queria saber da mulher nova. Essa mulher, por sua vez, queria me ver longe do caminho dela.
Eu era nova demais, 14 anos! E na primeira oportunidade, saí de casa. Conheci um namoradinho, e fui morar com ele. A gente não tinha estrutura nenhuma, chegamos a morar em uma cozinha, e em um porão. Eu perdi todas as minhas mordomias, mas nunca mais voltei pra casa.
 (Continua...)

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Senta Aqui, Vamos Conversar...

Aquele papo de que as garotas de programa as vezes fazem papel de psicóloga é a mais pura verdade. Já aconteceu comigo algumas vezes.
Eu sempre achei que essas histórias de homens que pagam apenas para conversar fosse mentira, até que um dia estava trabalhando em uma casa de massagem e um garoto entrou e me escolheu. Fomos para o quarto, e antes que eu começasse a interagir ele sentou na cama e falou "Calma, quero conversar primeiro".
Tirou o celular do bolso, e começou a mostrar as fotos da namorada. Ou ex, sei lá. Ele era novo, 19 anos. E ela, 17. Namoravam desde mais novos ainda, e de "um tempo pra cá" ela estava se afastando, querendo sair com as amigas sozinha, enfim, coisas da idade né? Ele, desesperado, já sem saber o que fazer, disse que precisava de uma opinião de alguém mais experiente e pensou "uma garota de programa vai poder me ajudar" rs. Não sei se ajudei muito, mas tentei aconselhar da melhor maneira possível. Nosso tempo acabou, e ele pegou mais meia hora apenas para conversar mais um pouco.

Essa foi só a primeira vez que servi de psicóloga.
Outra vez nessa mesma casa de massagem, fui para o quarto com um cara e ele pediu para eu ficar de calcinha e sutiã e tomar uma cerveja com ele. Não quis fazer nada, apenas conversar. Estava se separando da esposa, e precisava desabafar um pouco.

Não é sempre, mas de vez em quando aparece alguem querendo desabafar. E eu sinto que a pessoa se solta mesmo, sabe? Talvez por sentir que não vou julgá-lo. Já atendi gente que me contou segredos cabeludos, que pediram conselhos, que tinham mania de perseguição, enfim! Mas também já atendi homens que queriam apenas falar o que sentem, talvez por não ter essa liberdade em casa, sei lá!

E assim vamos seguindo, cada dia uma nova surpresa!

sábado, 12 de setembro de 2015

Vendedora de Ilusões

Quase toda semana pelo menos um cliente me pergunta se eu gosto do que faço. Claro que minha resposta é sempre positiva - como responder algo diferente para um cliente? Seria extremamente brochante transar com uma mulher que você sabe que está ali somente pelo dinheiro.
No fundo, eles sabem a verdade. Tirando uma porcentagem de clientes que tem certo conhecimento sobre "meu mundo", e me encaram como profissional do sexo, outros tantos querem mesmo é comprar uma ilusão. E é nesses momentos que nos tornamos verdadeiras atrizes.
Não é que TODOS os clientes sejam desagradáveis. Alguns são companhias legais! Mas o que VENDE mesmo é a imagem de mulher safada, que adora fazer sexo mesmo que seja 10 vezes por dia, liberal e boa de cama. Ninguém quer pagar para transar com uma mulher fria e que fique falando de problemas. E estão certos!
Aprendi que como uma profissional do sexo, é necessário ser realmente profissional. Já que me dispus a fazer isso, que faça o meu melhor!
A Juliana precisa ser simpática, safada, ter bom papo, estar sempre arrumada e cheirosa, satisfazer o cliente. A Juliana é um personagem, fato! Mesmo que ela tenha um "Q" de mim mesma, mas é como se eu incorporasse na hora, rs.
Afinal, eu preciso de dinheiro e quero que meus clientes voltem sempre. Meu raciocínio é de que quanto mais clientes, mais dinheiro, e mais rápido saio dessa.
E é aí que retorno a questão: se eu gosto do que eu faço? Claro que não! Gosto do dinheiro, do retorno que me dá. Foi o caminho mais rápido que encontrei para conseguir as coisas que quero.
E é pelo fato de não gostar que me esforço para em breve parar.
Isso não significa que eu seja uma pessoa infeliz. Muito pelo contrário! Me considero "de bem com a vida". Tenho alguns dias difíceis, como qualquer ser humano. Só não estou na profissão dos meus sonhos, mas na vida tudo é questão de tempo e determinação!

Um brinde a vida e a todos os aprendizados que ela nos traz!

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Sem camisinha NÃO!

Sexta-feira aconteceu uma coisa muito, muito chata.
Atendi durante o dia no apartamento, o dia foi tranquilo. Na hora que estava indo embora, um cliente me ligou e me convidou para ir ao motel.
Eu nunca havia saído com ele. Nos conhecemos em uma boate que trabalhei, mas apenas conversamos, bebemos um drink, e ele pegou meu telefone e me deu uma "caixinha" (caixinha é quando o cliente dá algum dinheiro sem fazer programa, ou quando dá a mais do que o valor que pedi).
Pois bem, como era sexta-feira, eu não pensei duas vezes e fui atendê-lo. Dinheirinho a mais, é sempre bom! Depois disso, iria poder descansar o feriadão todo.
Nos encontramos no Mercado Público aqui de Florianópolis, e fomos para o Motel. O escolhido foi o Millenium, na entrada do Cacupé.

No carro, tudo ok. Ele é um senhor de mais idade, deve ter uns 60 e poucos anos, ou quase isso. Muito gentil, bem vestido, um carro lindo. Chegamos no Motel, tomei um banho, e ele também.
E é aí que começou minha tortura.

Na hora que fui pegar a camisinha, ele já começou a reclamar:
-Não faz isso comigo linda.

Fingi que não ouvi, continuamos nas preliminares, e na hora H fui encapar o bicho, obviamente. Transar sem camisinha está TOTALMENTE fora de cogitação. Mas quem disse que o coroa deixava colocar a camisinha?
Começou a reclamar, resmungar, dizia que ia brochar (problema dele, aprenda a se acostumar com a capa). E se fazia de coitadinho:

-Não faz isso comigo, por favor.
-Eu não saio com meninas de programa, só tenho relação com minha mulher. (Aham, eu fui a primeira, tá bom!).

Fui usando todas minhas técnicas de calma e paciência. Sempre acho que "com jeitinho" tudo se resolve. Mas tem horas que não dá pra ser boba.
Fico abismada com esses homens que procuram garotas de programa para transar sem camisinha.
Eu já recebi propostas em que o cara paga até R$500 a mais (além do programa) para meter sem. Sem chance! 
Tenho o seguinte raciocínio:

1- O homem que faz essa proposta pra mim, já fez para outras garotas. E quantas delas já devem ter topado!
2- A garota que topa transar sem camisinha com cliente, já não tem nada a perder. Afinal, volto pro item 1, com quantas ele já deve ter transado sem proteção! Se alguma topa, ou é muito inocente mesmo de cair no papo do cliente (acho difícil) ou já tem alguma coisa e não tá nem aí!
3- Não importa o valor que ele pague. A vida não tem preço!

Mas voltando ao caso de sexta-feira. O velho incomodou, reclamou, e eu tentando ser o mais profissional possível. Até que ele me apertou, meio que deitando por cima de mim e tentava esfregar o pinto em mim e dizia:
-É só um carinho.
-É mais gostoso assim.

Me senti QUASE estuprada. Isso mesmo, eu, uma garota de programa, me senti praticamente estuprada! Aquele velho em cima de mim, tentando meter sem camisinha praticamente a força (poxa, já havia falado que NÃO, e ele forçando a barra).
Reuni todas as forças, me levantei com ele por cima de mim, e falei alto:

-Poxa! Já falei que sem camisinha NÃO TEM CONDIÇÕES. Não faço, não faço e pronto!

Ele resmungou mais um pouco, tentou se explicar (com aquela história de que não é acostumado com preservativo), deixou o dinheiro em cima da mesa e foi embora. Fiquei no quarto do motel sozinha, chamei um táxi, e até a camareira entrou no quarto para conferir o que foi consumido já que ele já estava pagando a conta.
Nem preciso dizer como me senti mal naquele momento. Foi muito ruim. Nessa horas a gente pensa se realmente vale a pena passar por esse tipo de coisa. Mas aí me lembro os motivos que já me trouxeram até aqui, e creio que logo essa fase vai se encerrar. Em toda profissão sempre existe um ou outro cliente que incomoda, não é na minha que seria diferente.
Mas enfim, passou.
Pelo menos ganhei meu dinheiro!

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Pinto Gigante

Lá estava eu na casa de massagem, assim que comecei a trabalhar, quando entra um negrão de quase 2 metros de altura (ou mais, pois tinha que abaixar a cabeça pra passar pela porta), roupas de basquete, e adivinha quem ele escolhe pra ir pro quarto? Sim, euzinha.
Eu estava começando na profissão, e sentia muita dor, tinha infecção urinária direto (na verdade ás vezes ainda sinto dor, e odeio pintos exagerados, muito grandes ou muito grossos). 
Quando ele tirou a cueca, cheguei a me assustar. Gente, nunca vi um pinto tão grande na minha vida. Enorme! Parecia meu braço. Que medo!
O problema não era só o pinto grande. Era o jeito do cara. Queria meter como se fosse um pinto normal.
Homens, por favor! Se seu pinto é exageradamente grande/grosso, meta com cuidado, com jeitinho, pois machuca (pelo menos a maioria das mulheres). Não queira dar uma de Kid Bengala em filme pornô.
Colocar a camisinha foi um trabalho, ele trouxe uma especial, pois NEM a Prudence Extra (que é a que eu costumo usar para os mais avantajados) servia. Era praticamente uma camisinha de cavalo! 
Bicho encapado, o negrão pediu pra eu ficar de 4. Atolei de gel lubrificante e pimba. Mas quando ele começou a colocar, parecia que estava me rasgando ao meio.
Prendi a respiração, e as lágrimas vieram nos olhos. Que dor!
Pedi pra ele tirar e tentar de novo, mais devagar. Mas não tinha jeito, o cara era ignorante mesmo e socou com força. Bombou uma. Bombou duas. Bombou três. E foi quando eu vi que não ia aguentar. Doía demais! Pedi pra parar, e expliquei que não estava aguentando de dor.
O negócio nem cabia direito em mim. 
Ele, grosseiramente, me disse que eu era profissional e que tinha que aguentar o tranco. 
Porque não enfia no cu dele um pau daquele tamanho?

Tentei manter a calma. Falei pra ele que não ia dar, pois estava machucada (infecção urinária, trabalhando na marra mesmo), e não estava aguentando de dor. Ele começou a falar um monte de besteira, que eu não estava sendo competente, não estava sendo profissional, e que essas putas não servem pra nada pois não aguentam o pau dele. Que todo lugar que ia era a mesma coisa (ou seja, eu não era a primeira a fugir da raia)!
Peguei minhas coisas, minha roupa, e falei que ia devolver o dinheiro. 
Quando saí do quarto, pra pegar o dinheiro de volta com a cafetina dona da casa, pensei "Po... Chupei o cara, me viu pelada, meteu, e foi estupido comigo". Quer saber?

-Não vou devolver porra nenhuma!

Falei pelo lado de fora da porta e saí correndo para a parte de baixo da casa.
Ele esperou mais uns 10 minutos na sala, perguntou se outras meninas queriam atendê-lo, mas ninguém encarou. Desistiu e foi embora.

Por isso que eu digo, mais vale um pequeno brincalhão do que um grande bobalhão!