terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Ciclista Apaixonado

Dias atrás fui visitar uma grande amiga que vivenciou a época de casas de massagem e boates comigo. Foi muito bom sentar, conversar e dar boas risadas lembrando aquela época. Depois que o tempo passa nem parece que fomos nós mesmas que vivemos tudo aquilo, isso significa que evoluímos, mudamos, crescemos. Acho que é impossível passar pela experiência de ser garota de programa e continuar sendo a mesma pessoa.

Entre muitas lembranças e comentários, o ciclista apaixonado veio a tona. Eu acho que já devo ter comentado sobre ele aqui pelo blog, mas vou contar de novo e detalhadamente para divertir um pouco vocês. O fato é verídico, e aconteceu comigo.

Eram meus primeiros meses como GP quando atendi esse cliente. O cara era bem baixinho e magrelo, mas isso é apenas detalhe.
Ele chegava na zona de bicicleta usando capacete de moto. Soube que ele morava em uma cidade vizinha, Palhoça ou Biguaçu - não tenho certeza agora - e vinha de bike até o centro de Floripa especialmente pra ter meia hora de prazer com alguma garota "sortuda". Eu fui a bola da vez!

O atendimento foi bem ruim (e não melhorou nas outras vezes). Era sempre do mesmo jeito: ele só queria de 4 e não gozava nunca, ficava cronometrando o tempo no relógio. Eram longos 30 minutos que me rendiam uma bela dor nos joelhos e nas costas. Mas enfim, eu estava lá pra isso né?
No fim do primeiro atendimento ele comentou algo como: gata, qualquer hora podemos sair juntos... Tem uma casa de uns amigos que é a sua cara!

E eu, já arrumando o quarto para o próximo cliente, respondi algo como claro, qualquer hora a gente vai. Sabe quando você responde por responder, mas sem intenção alguma? Foi o que eu fiz. Mas ele não entendeu.

Na sexta-feira seguinte, lá estava ele com a maravilhosa proposta:
-Então gata, amanhã podemos ir naquela casa que te falei. Podemos nos encontrar na rodoviária, mas assim... Tu paga a tua passagem e eu pago a minha! Você vai amar... Tem uma padaria lá perto, podemos comer uma coxinha e tomar umas cervejas... Mas cada um paga o seu.

Hahah, sério. Eu sou uma pessoa bem tranquila e até simples se comparada a muita gente por aí, nada contra comer coxinha e tomar umas cervejas (aliás, eu gosto muito), mas eu realmente não estava afim e achei até engraçado o jeito dele de frisar toda hora que cada um pagaria o que consumir.
Falei que não ia rolar, pois aos fins de semana ficava com minha filha (e era verdade).

Mas ele não desistiu... Ia todas as sextas fazer a proposta. Nem sempre fazia programa, muitas vezes ia só pra perguntar se eu iria na manhã seguinte.
Comecei a evitá-lo. Pedia para as meninas falarem que eu estava ocupada, atendendo, enfim... Mas ele era firme, e falava: tudo bem, eu espero. E realmente ficava lá sentado, me esperando.

Até que um dia resolvi falar que não iria rolar, que eu não estava afim, não queria me envolver com cliente, etc etc etc.
A resposta dele foi:
-Nossa, como você está fria hoje. Vou voltar outro dia.

Conversei até ele entender que realmente não iria acontecer.
Ele saiu resmungando, dizendo que eu havia perdido uma grande chance.
Depois, em outras casas de massagem, encontrei ele muitas vezes - e também muitas meninas que "fugiam" dele pois não aguentavam mais a criatura! Ele era figurinha carimbada nas zonas, e sempre se apaixonava por alguma menina.

Era sofrido, mas depois que passa a gente ri dessas situações - e como não rir?

Grande beijo pra todos!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Conhecidos

A grande maioria das GPs que eu conheci eram de outras cidades/estados. É difícil ver uma garota que trabalhe na sua cidade natal, pelo fato de correr mais risco de ser reconhecida.
Eu me arrisquei. Trabalhei como GP na cidade onde nasci e cresci, e SIM! Encontrei conhecidos pelo caminho. Confesso que no começo pensei "em uma cidade grande como Floripa, será difícil encontrar um conhecido", mas aconteceu, e não foi uma vez só!
Na hora sempre era um susto, uma situação meio constrangedora, mas no fim das contas... Estávamos todos no mesmo barco! Eu como puta, eles como clientes, então... Dane-se!

A primeira vez aconteceu logo na primeira semana de trabalho. Eu estava indo para o quarto com um cliente, quando vejo um colega de longa data entrando na casa. Demos de cara um com o outro, mas não falamos nada. Entrei no quarto, e fiquei sabendo que ele acabou não fazendo programa e indo embora. Em seguida mandei uma mensagem pra ele no Facebook, mas ficou por isso mesmo. Falamos normalmente hoje em dia, mas meio que "de longe", sem muita intimidade.

A segunda vez conseguiu ser um pouco pior. Eu estava de folga pois estava mal, com virose, diarréia, vômito, aquelas coisas BEM chatas! Mas eu morava na casa de massagem, então fiquei por lá mesmo, deitada em um dos quartos. No início da noite a cafetina pediu para um cliente-amigo me levar na Emergência, e quando estou saindo da zona... Dou de cara com um cara que estudou comigo na PRIMEIRA SÉRIE!!
-Fulana? - Ele perguntou, me chamando pelo meu nome real.
Corri pra dentro do carro e não falei nada. Não queria ser vista naquele estado, saindo de uma zona... Com certeza não acreditaria que era virose mesmo, e o boato seria: "puta tendo uma overdose" hahah!
Ele perguntou para outra garota:
-Essa não é a Fulana?
E a colega respondeu:
-Não, o nome dela é Juliana!
Vai que cola, né?

Ainda na casa de massagem, consegui ir um pouco mais além... Já comentei aqui que minha memória fotográfica não é lá aquelas coisas! Pois é... Só fui lembrar que conhecia o cara no meio da transa, hahah! E ainda porque ele falou:
-Você não é a fulana, que tantos anos atrás acampou em tal praia com o fulano, o ciclano e a beltrana?
Opa! Não é que sou eu mesma? 
Agora que já estamos aqui, vamos continuar... Pensei, e continuei! Ele nem era tão conhecido assim.

Na boate ocorreu mais um caso. Dei de cara com uns 3 colegas que estudaram comigo na 7ª série! No começo tentei negar até a morte, que meu nome era Juliana mesmo e blá-blá-blá. Mas não colou, e no fim das contas foi até bom. Demos boas risadas, e eles me trataram com o maior respeito. Não atendi nenhum deles, mas um dia estava bêbada e fiz strip na frente de um (eles eram clientes meio frequentes). Morri de vergonha depois... Pô! Estudei com o cara, é foda né hahah!

E por fim, já trabalhando somente por anuncios, um cliente ligou, agendou, chegou na hora e... Era mais um colega de escola! Êêêê! 
-Eu te conheço! - Falei
-Eu também! - Ele respondeu
Mas não atendi... Ficou por ali mesmo, e não tivemos mais contato.

Sabe, nunca tive medo de me reconhecerem e saírem espalhando por aí, até porque as pessoas que realmente importam na minha vida (e tem idade para isso), sempre souberam da verdade, então eu não tinha o que esconder. Mas que é uma situação esquisita, não posso negar!