segunda-feira, 30 de março de 2015

Sobre o Dinheiro

Tudo na vida é uma fase, bem como o momento que estou vivendo.
A prostituição não é vida pra ninguém, está longe de ser vida fácil como todo mundo diz. A parte boa de tudo isso é o retorno financeiro, somente.
Lembro até hoje do meu primeiro pagamento. Em 3 dias de trabalho recebi uma quantia maior do que trabalhando o mês inteiro vendendo trufas ou trabalhando em um emprego normal. Apenas 3 dias, é realmente tentador! Descansei um pouco, acordei e fui pro shopping. Matei vontades: comida japonesa, torta de chocolate, compras, cinema, salão de beleza. À quanto tempo não fazia essas coisas!
Mas a forma como esse dinheiro vem não é fácil. Transar com uma pessoa que você nunca viu na vida, ser tocada por alguém que você não tem um pingo de desejo, expor sua intimidade, ter que transar e parecer estar bem mesmo que esteja com a cabeça cheia de problemas, estressada, cansada, enfim... É sacrificante. Por isso botei na cabeça que já que entrei nessa, meu dinheiro tem que ser bem utilizado.
Vejo muitas meninas que entram nessa vida iludidas com o dinheiro. Começam a ganhar bem, e gastar mais ainda. Vivem de ostentação, em torno de baladas, roupas caras, e acabam não traçando nenhuma meta pra vida. São poucas as meninas que usam esse dinheiro para estudar ou de alguma forma melhorar sua situação.
Entrei na vida assim, sem rumo. Nos primeiros meses eu morava na zona, acordava, almoçava e já começava a trabalhar. Seguia atendendo até o fechamento da casa, por volta de 4h, 5h, as vezes até 6 horas da manhã. Ganhei um bom dinheiro assim, mas além de quase não ter vida própria, não soube aproveitar esse dinheiro. Minha vida melhorou, é bem verdade, mas só agora depois de 6 meses resolvi focar bem no que quero.
Estabeleci uma meta de sair dessa vida até fim desse ano, e já que estou nessa, não quero sair de mãos abanando. Que seja um dinheiro bem utilizado, e que meu esforço valha a pena!

quarta-feira, 25 de março de 2015

Primeiro Cliente

Com um short vermelho que já estava ficando largo e blusinha preta, lá estava eu, pronta para minha primeira noite de trabalho como garota de programa. Era uma 5ª feira e as meninas que já trabalhavam na casa conversavam e riam alto.
Era necessário escolher um nome. O tal nome de guerra.
-Bia?
-Não, já tivemos uma aqui e não deu certo.
-Larissa?
-Não, dá azar. A noite tem dessas coisas.
-Fernanda?
-De jeito nenhum! A última Fernanda que teve aqui era uma fofoqueira!
Por fim, fui batizada de "Juliana" com a aprovação de todas as meninas.
Sentei no sofá imaginando como seria meu primeiro atendimento. Perguntei 50 vezes como deveria agir no quarto. Chego atacando? Tirando a roupa? Espero ele agir?
A campainha tocou. Um homem para cinco mulheres. E ele me escolheu! Como é que faço agora?
Meu coração saindo pela boca. Calma, é apenas sexo. Nada que você nunca tenha feito.
Entramos no quarto e fui lembrando todas as intruções que recebi:
-Oi, meu nome é Juliana. É meia hora ou uma hora?
Meia hora, menos mal.
-Gato, já volto. Se quiser pode tomar um banho, trago toalha.
Enquanto fui buscar toalhas e preservativos fui me acalmando.
Quando voltei pro quarto lá estava ele:
-Tomei banho em casa. Vem!

E agora? Respira, inspira, e vamos lá. Fazer sexo em troca de dinheiro!
Fui chegando, tentando sensualizar, tremendo.
-É minha primeira vez fazendo programa. Tô um pouco nervosa!
Não sei se ele acreditou, e seguimos em frente. Tiramos a roupa, e quando ele tirou a cueca... Puta que pariu! Isso é um pinto ou um braço?
Fui chegando, dando beijos pelo peito e barriga dele até chegar no dito cujo. Meu querido! Você falou que tinha tomado banho! Prendi a respiração e fui. Vem por cima, de lado, de costas. Goza, toma banho... Filho da puta, porque não fez isso antes? E tchau!

E assim foi meu primeiro atendimento. Não foi a experiência MAIS difícil do mundo. Era meio fedido, verdade, mas poderia ter sido pior.
Não me senti suja, culpada, nem nada parecido com alguns relatos que eu havia lido. Enquanto tomava banho tentava assimilar a idéia de que eu havia feito um programa. Ganhei dinheiro pra dar a perereca. E a parte do dinheiro me agradou.